quem é você?
eu quero saber os seus segredos
um olho aberto e outro ao meio
com o pé no céu, na terra leio:
amargo ser, contra o existir
florir para não poder ver.
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Alunos desinteressados contam com nova aliada: a tecnologia
Do uso dos computadores pesados de baú até os mais compactos eletrônicos conectados à internet, cresceu o número de crianças e jovens com acesso ao mundo virtual. Apontado como grande passo para maior aproximação e interação com os acontecimentos, o computador deixou de ser dividido entre uma turma inteira, para cada aluno tê-lo, não somente em suas mãos como também em seus bolsos. Em outra época a patota dos mais dispersos arriscava ser vista e chamada a atenção para matar aula e gozar de um jogo de futebol no campinho próximo. Hoje, com os novos celulares e tablets ligados à grande rede, esse grupo teve o trabalho - às vezes de pular o muro da escola - facilitado por campos abertos extensíssimos, camuflados em um pequeno aparelho.
A educadora e professora de redação Valéria Figueiredo afirma a dificuldade de se reorganizar o ensino: “o professor precisa buscar formação adequada a fim de achar na tecnologia um recurso que lhe facilite a dar conta de prender a atenção do aluno, sem dar margem de se perder nesse abrangente instrumento, e isso tem sido um grande desafio para nós, pois estamos acomodados em antigos modelos de relação ensino-aprendizagem.” Pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV-RJ) revela que falta de interesse pela escola é o principal motivo que leva o brasileiro à evasão: 40% dos jovens de 15 a 17 anos deixam de estudar simplesmente porque acreditam que a escola é desinteressante. “Além disso, há um emaranhado de fatores inibindo a escolaridade como: pouca cobrança, famílias ausentes, facilidade no ingresso ao nível superior, fora conteúdos que não despertam o interesse”, complementa a professora. Isso os deixa propensos a sacar seus smartphones e tablets durante a aula, por trás da carteira ou entre as palmas da mão.
Tempo em que a escrita cursiva (chamada escrita à mão) perdeu a obrigatoriedade, os computadores portáteis avançam ao espaço do lápis e papel. Com várias horas expendidas em chats, crianças cada vez mais novas ganham o costume do “internetês” (língua comumente falada no espaço virtual – com errada grafia e acentuação). Muito mais que uma forma de comunicação e registro, as letras emendadas representam um exercício cerebral. Desenhar as letrinhas trabalha as faculdades cognitivas nos cérebros em formação, as que não o fazem desenvolvem menos as capacidades de memorização, percepção, raciocínio e resolução de problemas.
Mãe de aluna da geração touchscreen - tecnologia sensível ao toque do dedo - Jaciara de Castro admite o poder que essas máquinas exercem na vida dos mais novos, e acredita no controle e dosagem desses apetrechos como as melhores soluções: “A escola precisa impor limite. A aula com internet liberada é de difícil fiscalização por parte do professor, e os estudantes tendem a desviar o foco. As atividades nela conectadas precisam ser com fins determinados e objetivo concreto, necessita-se de supervisão e instrução sobre o conteúdo da atividade pedida”. A mesma diz já ter posto a filha de castigo por notas baixas, fruto de uso exagerado de gadgets. Com 11 anos, Yasmin utiliza tablet, MP4 e smartphone, o único que não é de toque na tela, e leva os 3 todos os dias ao colégio, onde cursa o 6° ano do Ensino Fundamental.
Programas – com apoio do Governo Federal – irão disponibilizar laptops e tablets em escolas da rede pública selecionadas. Com intuito de inclusão digital, os alunos terão contato com a poderosa ferramenta; fica a dúvida se o corpo docente das escolas estará preparado a não só manusear, como guiar sem deixá-los à mercê do bombardeamento de informação superficial.
Precisa-se reformular a didática no magistério brasileiro, ter os olhos atentos ao método dos que transmitem o conhecimento ao invés de na tecnologia, para que o futuro do país não fique a deus dará em frente a uma tela com tantos caminhos também não construtivos.
A socióloga Neuzice Andrade explica: “a Sociedade e a Instituição Escola – parte fundamental do aparato cultural de formação do sujeito - ao lado de outras como a Família e a Religião têm perdido seus papeis como entidades formadoras. Com suas posições enfraquecidas, logo sem um direcionamento, a construção da subjetividade da criança fica vulnerável a qualquer influência. As lacunas do afeto e da lei (limite) em sua constituição simbólica tendem a ser preenchidas por desejos e projetos de vida que a mídia lhes joga – o que se vê é a própria a bascular sem saber explorar, mas sendo conduzida”.
A máquina e a pluralidade de informações não devem ser bicho de sete cabeças, desde que exista um acompanhamento por mãos capacitadas em passar o conteúdo via multimídia. Exemplo de caminho construtivo, a professora Valéria usa a popularidade das redes sociais para publicar redações de alunos e campanhas em prol da língua portuguesa. “Sinto que eles se motivam”, conta a educadora. Como dizia Paulo Freire: “ser educador significa ser ele próprio um permanente educando”. Com monitoramento inadequado, a criança sem iluminação em sua trajetória de estudante transformou a panaceia maquinada da Era onipresente em uma grande parceira de horário vago.
domingo, 30 de outubro de 2011
Augusta angústia
Benditos grilhões em mim; tomam minhas asas e me pedem o céu como remédio. Para viver sem onde que não injeções exangues, enquanto mantenho controle das pálpebras, apenas de creme minha pele ensebo. Escorrego no tempo como quem não quer esquecer para então viver como verme. E sei que assim pela metade apedrejo meu caminho à frente. Antes tranquilo percorresse enquanto não o avisto quando suas curvas descem a montanha. Com coração rachado ando e dividido amo à torta coluna o ser inquebrantável. A augusta angústia delimita o lado que meus pés pisam. Escrevo para o papel branco, sou poeta morto. Sofro porque quero. Minha pele tenaz amolece e contagia meu ego, adquiro linha de tempo o suficiente para suturar minha alma liberta.
À terra, os insetos de casca altiva
Escorpiões por cima do calendário
olhos abertos ou fechados
em morte ou vida, sem retalhos
seus indícios.
Se cria nome seu veneno
no telúrico vício
o oposto do pleno.
Dor, o cume do precipício
é luz, antena sensível que aponta
em contas anteriores, desvencilham-se
quando sem falsidade clamam:
dias de glória e culpa.
olhos abertos ou fechados
em morte ou vida, sem retalhos
seus indícios.
Se cria nome seu veneno
no telúrico vício
o oposto do pleno.
Dor, o cume do precipício
é luz, antena sensível que aponta
em contas anteriores, desvencilham-se
quando sem falsidade clamam:
dias de glória e culpa.
sábado, 29 de outubro de 2011
Fantasia
eu fantasio o fundo do rio
eu fantasio a mão no cio
eu fantasio o pai e o filho
eu fantasio o um dos mil
eu fantasio o olho que viu
eu fantasio a vida num fio
linha do tempo, explodais
seu pavio devagar.
eu fantasio a mão no cio
eu fantasio o pai e o filho
eu fantasio o um dos mil
eu fantasio o olho que viu
eu fantasio a vida num fio
linha do tempo, explodais
seu pavio devagar.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Ser humano
quando mais me angustio
é que mais fico em cio
aí não estou sozinho
pondo ou não filho
duro se disso me omito
dor na glória vira cisto
sou humano
é que mais fico em cio
aí não estou sozinho
pondo ou não filho
duro se disso me omito
dor na glória vira cisto
sou humano
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Como salmo
canta minha alma
em canto de sala
fala o que tem
calma
não esbraveja, não cai
cachoeira
despenca em água
sal na ferida, sem
choradeira
vem como salmo
prá uma vida inteira
afã árduo em ida
sai como lira
aos olhos de outrem
revés que não se vive
amém.
em canto de sala
fala o que tem
calma
não esbraveja, não cai
cachoeira
despenca em água
sal na ferida, sem
choradeira
vem como salmo
prá uma vida inteira
afã árduo em ida
sai como lira
aos olhos de outrem
revés que não se vive
amém.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
A divina comédia - Dante Alighieri
E eis que, ao subir da encosta, estava alerta
uma ágil onça prestes no seu posto,
que de pelo malhado era coberta;
e sem sair da frente de meu rosto,
tanto impedia aquele meu destino,
que a vir-me embora me senti disposto.
Tempo era do príncipio matutino,
e o sol ia subindo co as estrelas
que eram com ele quando o amor divino
moveu primeiro aquelas cousas belas;
e de bem esperar me eram razão
da fera em gaia pel' malhas daquelas,
e a hora do tempo e doce a estação;
mas não foi sem que medo aí me desse
a vista que então tive de um leão.
Pareceu que ele contra mim viesse
cabeça erguida e enraivecida fome,
que o próprio ar julguei que estremecesse.
E uma loba a quem a gana come
trazendo-a por só carga da magreza
e a muita gente já de dor consome,
tal susto me inspirou e tal surpresa
co medo que infundia sua vista,
que a esperança em subir me era defesa.
E como quem os ganhos que conquista,
chegado o tempo que a perder o abala,
em seu pensar só chora e se contrista;
assim sem paz a fera me encurrala,
a vir ao meu encontro, pouco a pouco,
e a empurrar-me lá onde o sol se cala.
E enquanto eu para baixo me desloco,
aos meus olhos se ofereceu de perto
quem por longo silêncio julguei rouco.
Quando eu o avistei no grão deserto,
"Ah, Misereme me" ali pedia,
"quem quer que sejas, sombra ou homem certo!"
uma ágil onça prestes no seu posto,
que de pelo malhado era coberta;
e sem sair da frente de meu rosto,
tanto impedia aquele meu destino,
que a vir-me embora me senti disposto.
Tempo era do príncipio matutino,
e o sol ia subindo co as estrelas
que eram com ele quando o amor divino
moveu primeiro aquelas cousas belas;
e de bem esperar me eram razão
da fera em gaia pel' malhas daquelas,
e a hora do tempo e doce a estação;
mas não foi sem que medo aí me desse
a vista que então tive de um leão.
Pareceu que ele contra mim viesse
cabeça erguida e enraivecida fome,
que o próprio ar julguei que estremecesse.
E uma loba a quem a gana come
trazendo-a por só carga da magreza
e a muita gente já de dor consome,
tal susto me inspirou e tal surpresa
co medo que infundia sua vista,
que a esperança em subir me era defesa.
E como quem os ganhos que conquista,
chegado o tempo que a perder o abala,
em seu pensar só chora e se contrista;
assim sem paz a fera me encurrala,
a vir ao meu encontro, pouco a pouco,
e a empurrar-me lá onde o sol se cala.
E enquanto eu para baixo me desloco,
aos meus olhos se ofereceu de perto
quem por longo silêncio julguei rouco.
Quando eu o avistei no grão deserto,
"Ah, Misereme me" ali pedia,
"quem quer que sejas, sombra ou homem certo!"
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Sobre sumo de poesia
A competência do romance em prosa diferentemente da da poesia, requer-se antes alinhavar todo esqueleto poético, retirar essência da gota divina que nós humanos recebemos e juntá-la a areia e cimento, para através de nosso cérebro assim materializar uma beleza inintendível, não sem muito esforço. Imaginemos um limão com todo o seu caldo ácido e delicioso, que quando espremido aí está o supra-sumo da poesia. Sendo necessários para um bom romance pouco de açúcar para não deixar doce demais, colher, peneira e mãos esforçadas e pacientes. Crucial lembrar que a paciência remete aos limões maduros; assim tem-se o melhor gosto de prosa em muitas páginas.
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
A escada altiva dos minutos invisíveis
Horas me aclara
Horas me escurece
Horas minha cara
Horas minha prece
Horas minha alma sara
Horas minha fé padece
Há dias em que empaco no mundo
e dias que o tempo desaparece.
~ensinamento do dia
Horas me escurece
Horas minha cara
Horas minha prece
Horas minha alma sara
Horas minha fé padece
Há dias em que empaco no mundo
e dias que o tempo desaparece.
~ensinamento do dia
Todos irmãos: os cegos, egos e inertes
à minha vida de lado
agradeço à escoliose
a escritos de lápis
ao meu medo do erro
à pia lavo as mãos inclinado
as morissocas me comem a perna
de caneta não apago a torta coluna
nem como coça quando se faz a espera
o povo é rodeado desses mosquitos
sedentos do corpo todo
não me coça mais do que lhes dói
eu posso mais do que lhes chora
ai como eu ainda sou moço
eu trabalho pro depois, é muita tormenta o agora
peço ao pai força no sol por vir
quando cai a noite somente me atrapalho
na torneira e sabão o anel esqueci
quem dera poderem lavar-lhes os sujos olhos
eu que de ferida tenho poucas
este poema se acha pétala murcha ou fugidia
das vidas e minha idiossincrasia
já é amanhã, meu pescoço e novo óleo
escorrego de mais uma forca
agradeço à escoliose
a escritos de lápis
ao meu medo do erro
à pia lavo as mãos inclinado
as morissocas me comem a perna
de caneta não apago a torta coluna
nem como coça quando se faz a espera
o povo é rodeado desses mosquitos
sedentos do corpo todo
não me coça mais do que lhes dói
eu posso mais do que lhes chora
ai como eu ainda sou moço
eu trabalho pro depois, é muita tormenta o agora
peço ao pai força no sol por vir
quando cai a noite somente me atrapalho
na torneira e sabão o anel esqueci
quem dera poderem lavar-lhes os sujos olhos
eu que de ferida tenho poucas
este poema se acha pétala murcha ou fugidia
das vidas e minha idiossincrasia
já é amanhã, meu pescoço e novo óleo
escorrego de mais uma forca
Do saber pelo sentir
o que não é prá toda hora
o que faz do sorriso fácil por si
o que não lhe agrada porque chora
o que faz da conveniência um ardil
o que faz do ser humano um parecer
o que há na natureza do não sucumbir
o que cores camaleão vejo mil
o que conspira dor e crescimento no aprender
o que me faz presente no aqui
o que desperta um simples porquê
fui
o que faz a cabeça pesada
o que de súbito me põe nos ares
o que olhos veem e o não responder
o que vale se só reta for a estrada
o que coincidência são sinais
o eterno fugir do ser
sul
o que sempre doce se vomita
o que se busca antes da partida
o que tudo se repete
o que nasce e já agoniza
o que trago morte e vida
o que à terra sobe e não batata
o que por má fé sofre hoje a barata
o que no cálice enche e não transborda
luz
o que não se apaga da infância
o que na pedra meio à correnteza esfrego
o que não existe coincidência
o que enxergo um olho e um prego
o que fere se corto ou se serro
o que não é questão de ser leigo
o que evoluo ou emperro
o que me deixa o corpo em agonia
o que é o erro pro certo
cruz
o que não é reza sem paradeiro
o que não enriquece com dinheiro
o que se criou um mundo inteiro
céu e azul
o que afasta e se aproxima
o que frio não é clima
o que do entendimento está em cima
homem cru
o que faz do sorriso fácil por si
o que não lhe agrada porque chora
o que faz da conveniência um ardil
o que faz do ser humano um parecer
o que há na natureza do não sucumbir
o que cores camaleão vejo mil
o que conspira dor e crescimento no aprender
o que me faz presente no aqui
o que desperta um simples porquê
fui
o que faz a cabeça pesada
o que de súbito me põe nos ares
o que olhos veem e o não responder
o que vale se só reta for a estrada
o que coincidência são sinais
o eterno fugir do ser
sul
o que sempre doce se vomita
o que se busca antes da partida
o que tudo se repete
o que nasce e já agoniza
o que trago morte e vida
o que à terra sobe e não batata
o que por má fé sofre hoje a barata
o que no cálice enche e não transborda
luz
o que não se apaga da infância
o que na pedra meio à correnteza esfrego
o que não existe coincidência
o que enxergo um olho e um prego
o que fere se corto ou se serro
o que não é questão de ser leigo
o que evoluo ou emperro
o que me deixa o corpo em agonia
o que é o erro pro certo
cruz
o que não é reza sem paradeiro
o que não enriquece com dinheiro
o que se criou um mundo inteiro
céu e azul
o que afasta e se aproxima
o que frio não é clima
o que do entendimento está em cima
homem cru
terça-feira, 20 de setembro de 2011
Sobre casualidade
mais uma, a flora sem amor
procuro o mundo e sua graça
próxima vez não sei se escolho
uma estória ou uma flor
dizem o que na frente está
é que nem sempre se acha
se cheiro teu perfume, noutro
dia nem sei se estou
de bicicleta no caminho certo
mais um dia a corrente a enguiçar
haja graxa
ai como são lindas as meninas na praça
às vezes gosto, às vezes passa
não sei do mundo,
não mando na massa
quisera o rumo ter escolhido
quisera quereres embaixo do muro
passa mundo, passa massa
passa fácil e chega fundo
ou não passa
no quarto é fundo, na praça é rasa
no raso não me afundo
o mundo e suas boas praças
procuro o mundo e sua graça
próxima vez não sei se escolho
uma estória ou uma flor
dizem o que na frente está
é que nem sempre se acha
se cheiro teu perfume, noutro
dia nem sei se estou
de bicicleta no caminho certo
mais um dia a corrente a enguiçar
haja graxa
ai como são lindas as meninas na praça
às vezes gosto, às vezes passa
não sei do mundo,
não mando na massa
quisera o rumo ter escolhido
quisera quereres embaixo do muro
passa mundo, passa massa
passa fácil e chega fundo
ou não passa
no quarto é fundo, na praça é rasa
no raso não me afundo
o mundo e suas boas praças
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
Depois de errante
sou breves espaços de lucidez
sou alma em corpo nu
homem que escreve agora
passado sem
eis que no meio de tantos outros
eu sou o
ossos, carne em pele relutando por um
flúor que embalsame os olhos que enxergam
egos que me tapam o coração, pedaços de Deus
caminhos que se encurtam, flor sem peso
desse amor que não se mata nem morre
de paciência que espere, de pressa que agoure
lágrima dele pelos seus.
sou alma em corpo nu
homem que escreve agora
passado sem
eis que no meio de tantos outros
eu sou o
ossos, carne em pele relutando por um
flúor que embalsame os olhos que enxergam
egos que me tapam o coração, pedaços de Deus
caminhos que se encurtam, flor sem peso
desse amor que não se mata nem morre
de paciência que espere, de pressa que agoure
lágrima dele pelos seus.
sábado, 17 de setembro de 2011
Pauta
Alunos desinteressados contam com forte aliado: a tecnologia
A ideia da reportagem é mostrar como cresceu o número de crianças e jovens conectados a internet. Como se aponta como grande aliado no ensino, em atingir maior rapidez e maior aproximação com os acontecimentos. Daí como os aparelhos conectados deixaram de ser trambolhos enormes para cada vez mais portátil. Estes serão os personagens desta estória que mostrará os alunos desinteressados: como mudaram suas formas de escapar da escola e quais são suas escolhas hoje em dia para quando matam aula.
Acompanhando a deixa do fim da obrigatoriedade do fim da escrita cursiva nos Estados Unidos e certa perda de prioridade no Brasil de acordo com pesquisa focada em educadores(PUC-SP), que denota menor insistência por parte destes professores com alunos que têm dificuldade crônica em caligrafia. Daí desembocaria em toda conseqüência de não se ter um ensino bem embasado em escrever à mão e as conseqüências (deficiências cognitivas) de não passar pela fase de aprender e desenhar cada letra, saber quais sons e fonemas dão se uma emendada à outra.
Mostrar quando o projeto UCA começou, de onde a ideia partiu, como ele funciona, quais localidades serão beneficiadas e quais foram seus critérios de escolha. Daí daria o exemplo da Coreia do Sul que investe na educação através da tecnologia e faria um comparativo com o Brasil, que prefere fazer uso do dinheiro para construir presídios. Daria as porcentagens e colocações dos países no ranking mundial de educação.
Outro fator importante é mostrar o corpo docente das escolas, se estão preparados a não só manusear como guiar seus alunos. Aí entrariam os professores: se eles têm condições para usar a máquina como instrumento para dar aula; se não, como o governo deve ajudar com cursos de capacitação a fim de torná-los aptos a guiar através desse artifício.
Após consultar sociólogo a fim de saber mais sobre essa mudança dos alunos dispersos e atividades para divertimento pessoal e automaticamente burlar o funcionamento das salas de aula; breve passeio em como é a interferência nas universidades. Entrevistar alguém que esteja dentro da estória: pais de criança que faz muito uso de aparelhos eletrônicos e descobrir seu rendimento escolar.
Fontes:
http://www.apropucsp.org.br/apropuc/index.php/reajuste-2005/4326-o-fim-da-letra-cursiva
http://www.anj.org.br/jornaleeducacao/noticias/pesquisa-da-fgv-mostra-causas-da-evasao-escolar-no-pais
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/tecnologia+ajuda+ou+atrapalha+em+sala+de+aula/n1237990826732.html
~PUTAQUEPARIU! A angústia me consumia na não realização da tarefa, que após terminá-la - minha primeira pauta à vera - seu ponto final teve gosto de ecstasy embaixo da minha língua! Tudo ficou bom.
A ideia da reportagem é mostrar como cresceu o número de crianças e jovens conectados a internet. Como se aponta como grande aliado no ensino, em atingir maior rapidez e maior aproximação com os acontecimentos. Daí como os aparelhos conectados deixaram de ser trambolhos enormes para cada vez mais portátil. Estes serão os personagens desta estória que mostrará os alunos desinteressados: como mudaram suas formas de escapar da escola e quais são suas escolhas hoje em dia para quando matam aula.
Acompanhando a deixa do fim da obrigatoriedade do fim da escrita cursiva nos Estados Unidos e certa perda de prioridade no Brasil de acordo com pesquisa focada em educadores(PUC-SP), que denota menor insistência por parte destes professores com alunos que têm dificuldade crônica em caligrafia. Daí desembocaria em toda conseqüência de não se ter um ensino bem embasado em escrever à mão e as conseqüências (deficiências cognitivas) de não passar pela fase de aprender e desenhar cada letra, saber quais sons e fonemas dão se uma emendada à outra.
Mostrar quando o projeto UCA começou, de onde a ideia partiu, como ele funciona, quais localidades serão beneficiadas e quais foram seus critérios de escolha. Daí daria o exemplo da Coreia do Sul que investe na educação através da tecnologia e faria um comparativo com o Brasil, que prefere fazer uso do dinheiro para construir presídios. Daria as porcentagens e colocações dos países no ranking mundial de educação.
Outro fator importante é mostrar o corpo docente das escolas, se estão preparados a não só manusear como guiar seus alunos. Aí entrariam os professores: se eles têm condições para usar a máquina como instrumento para dar aula; se não, como o governo deve ajudar com cursos de capacitação a fim de torná-los aptos a guiar através desse artifício.
Após consultar sociólogo a fim de saber mais sobre essa mudança dos alunos dispersos e atividades para divertimento pessoal e automaticamente burlar o funcionamento das salas de aula; breve passeio em como é a interferência nas universidades. Entrevistar alguém que esteja dentro da estória: pais de criança que faz muito uso de aparelhos eletrônicos e descobrir seu rendimento escolar.
Fontes:
http://www.apropucsp.org.br/apropuc/index.php/reajuste-2005/4326-o-fim-da-letra-cursiva
http://www.anj.org.br/jornaleeducacao/noticias/pesquisa-da-fgv-mostra-causas-da-evasao-escolar-no-pais
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/tecnologia+ajuda+ou+atrapalha+em+sala+de+aula/n1237990826732.html
~PUTAQUEPARIU! A angústia me consumia na não realização da tarefa, que após terminá-la - minha primeira pauta à vera - seu ponto final teve gosto de ecstasy embaixo da minha língua! Tudo ficou bom.
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Oração
Oh pai, dai-nos ração para um mundo em gênese
Oh pai, tirai-nos razão para um mundo sem gênero
Oh pai, fazei-nos o povo do mundo uma nação
Oh pai, assoprai-nos mudo por renegeração.
Oh pai, tirai-nos razão para um mundo sem gênero
Oh pai, fazei-nos o povo do mundo uma nação
Oh pai, assoprai-nos mudo por renegeração.
thankful
Says you gotta live, live, live, live and deal with beings and their natures. Abdicate of nights full of psychoactive substances, people of all kind of energy and tachycardia for good and sincere dog bites. At first I thought about dying because couldnt interact with the world giving my essence, then gave up, because if I received the blessing of a soul inside a body it's cuz I have something to find out and something to do with it. Then thought about leaving to anywhere close to nowhere, a place full of nothing, to restart everything, all my knowledges and beliefs. Any paradisiac beach or river coast close to any lots of green crossed my mind. For sure that would be nice if I was in a movie, I decided to go to a buddhist monastery and spend days meditating and not worrying. After waiting long time for destiny not upcoming in my way I thought about dying the second time. Like João de Santo Cristo that second time in hell made me light up my mind - a litle acid too - but totally possible to be seen without it now. Understanding is the main point for getting better, to recover you have to know what’s up with you, and it’s been some time I know, and even tried to break up with those walls that made me fuckin stuck, but time after time was just getting more and more frustrated, so the walls grows. Changed my music tune and made home my own monastery. Plenty of times when choosing a good radio station for the little female puppy nap, elderly Lionel Richie told me I was easy. Focusing before I get lost between the notes: "Easy like a Sunday morning". I’ll let it out, tomorrow is a Sunday morning. Thanks to the radio, thanks to tomorrow, thanks to radiohead, thanks to Caya, thanks for the Almighty in my head.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Notebooks cada vez mais tomam o lugar dos cadernos
A evolução vem junto de crescimento de escrituras digitadas e a queda de manuscritos. Estudantes cada vez mais aderem à tecnologia e passam a escrever menos com caneta, enquanto isso as teclas ameaçam dominar
Final de período escolar é sempre a mesma coisa. Uma pilha de livros rabiscados, amassados e com orelhas junto de cadernos escritos pela metade. Vão todos para estante, a qual enche de materiais sem uso, que no fim se perdem entre os anos. Agora isso está por mudar. E é o lado bom da escrita cursiva(aquela com as letras emendadas) ter entrado em desobrigatoriedade, como aconteceu em mais de 40 estados americanos. A natureza que tanto sofre pelo enorme número de combustíveis não-renováveis ganhará um inimigo a menos. Em lugar de cadernos, as escolas adotaram computadores portáteis (notebooks ou similares) como o novo jeito de anotar o assunto das disciplinas escolares. No lugar disso, o Departamento de Educação dos Estados Unidos (U.S. Department of Education) diz que eles ganharão tempo que antes se dedicavam à caligrafia, agora para uso de proficiência no teclado, apontado por educadores de lá como mais útil nos dias de hoje.
A psicóloga Lara Pimentel agregou seu conhecimento à grafologia - o estudo dos elementos normais e principalmente patológicos de uma personalidade, feito através da análise da sua escrita. “A escrita à mão é um reflexo de como a pessoa é. Ela identifica aspectos da personalidade que estão no interior do ser, que a impressa não passa.” A mesma ainda relata conseguir identificar egocentrismo apenas através da assinatura:” Se a pessoa assina e circunda as palavras de modo a envolvê-las em círculos, isso dá ideia de estar se fechando num mundo montado para ela.”
O estudante de Jornalismo da Universidade Tiradentes Edson Victor não desaprova a nova lei americana: “A nova medida unirá praticidade e facilidade de organização do conteúdo. Fora que, se aplicado a mim, não seria mais incomodado com perguntas de colegas quando tentam ler sem sucesso o que escrevo”. Brinca ele, que assume escrever bem mais hoje em dia por meio das teclas do que por canetas. Embora seja ecológica e prática, estudos no ramo da neurologia apontam que escrever com lápis ou caneta é uma habilidade muito diferente da digitação. O processo neurológico que começa no cérebro e termina nas mãos, e as transformam em símbolos, exige muito mais da pessoa, acarretam em menor desenvolvimento das capacidades cognitivas (como memorização), das crianças que não passam pela fase de aprendizado da escrita à mão.
Professora da Universidade Tiradentes e mestre em lingüística pela UFRGS, Ester Mambrini afirma ser neutra quanto ao caminho evolutivo que a tecnologia trilhou: “Eu não acho errado. São como as coisas andam. A máquina de escrever num se tornou obsoleta? O que fica disso é o romantismo pela coisa.” A competentíssima com as palavras apenas teme quão incapazes sem auxílio ficarão os que crescerão na época da aposentadoria de profissão dos lápis e caneta e não terão a vivência de quando pequenos a desenhar cada letrinha e aprender que “c” com “e” não se usa cedilha: “É preocupante como ficará o grau de dependência das pessoas pelos sublinhados vermelhos e verdes do Word.” - Programa para escrever da empresa Microsoft que os exibe ao detectar erros de ortografia ou concordância - Ester confessa ainda escrever manuscritos, com sua pessoalidade e intimidades: “Eu tenho o meu diário só para mim, não sinto vontade de publicá-los. Por isso que os guardo em meu criado-mudo” – diz a bem humorada escritora.
Outro fator importante para crianças em formação que farão uso de computador como instrumento didático de aprendizagem é a multi-utilidade do aparelho eletrônico. Como revela o estudante de publicidade e propaganda Igor Cruz: “Quando levo o laptop para sala de aula dificilmente consigo manter a atenção ao que o professor fala. Quase sempre tem algo que me chama atenção em alguma rede social, quando me dou conta já perdi parte da explicação”.
No Brasil há uma mudança por parte das escolas que acompanham a tecnologia. Continua-se a alfabetizar crianças com a letra cursiva, sem previsão para adoção de nova medida, embora o foco agora seja de tornar apto a ler e escrever. Com a nova prioridade, educadores já dizem ser perda de tempo estressar crianças com dificuldade crônica em aprender essa letra - processo ao qual leva tempo - e apontam outras letras mais faceis como a de fôrma como alternativa.
Voltando milhões e milhões de anos atrás aos homens das cavernas e seus registros nas pedras percebemos o enorme grau de fixação que os desenhinhos de forma primária e simbólica tiveram. A antropologia estuda esses diferentes níveis que a grafia marca no tecido a se grafar. Serão os computadores os melhores depósitos para armazenar o dia-a-dia de cada um, com as vitórias e derrotas particulares? Um diário digital não soa muito seguro. E se uma pane acometer tudo ligado à tomada ou rede? Lá se vai a humanidade perder uma era.
~segundo texto jornalístico
Final de período escolar é sempre a mesma coisa. Uma pilha de livros rabiscados, amassados e com orelhas junto de cadernos escritos pela metade. Vão todos para estante, a qual enche de materiais sem uso, que no fim se perdem entre os anos. Agora isso está por mudar. E é o lado bom da escrita cursiva(aquela com as letras emendadas) ter entrado em desobrigatoriedade, como aconteceu em mais de 40 estados americanos. A natureza que tanto sofre pelo enorme número de combustíveis não-renováveis ganhará um inimigo a menos. Em lugar de cadernos, as escolas adotaram computadores portáteis (notebooks ou similares) como o novo jeito de anotar o assunto das disciplinas escolares. No lugar disso, o Departamento de Educação dos Estados Unidos (U.S. Department of Education) diz que eles ganharão tempo que antes se dedicavam à caligrafia, agora para uso de proficiência no teclado, apontado por educadores de lá como mais útil nos dias de hoje.
A psicóloga Lara Pimentel agregou seu conhecimento à grafologia - o estudo dos elementos normais e principalmente patológicos de uma personalidade, feito através da análise da sua escrita. “A escrita à mão é um reflexo de como a pessoa é. Ela identifica aspectos da personalidade que estão no interior do ser, que a impressa não passa.” A mesma ainda relata conseguir identificar egocentrismo apenas através da assinatura:” Se a pessoa assina e circunda as palavras de modo a envolvê-las em círculos, isso dá ideia de estar se fechando num mundo montado para ela.”
O estudante de Jornalismo da Universidade Tiradentes Edson Victor não desaprova a nova lei americana: “A nova medida unirá praticidade e facilidade de organização do conteúdo. Fora que, se aplicado a mim, não seria mais incomodado com perguntas de colegas quando tentam ler sem sucesso o que escrevo”. Brinca ele, que assume escrever bem mais hoje em dia por meio das teclas do que por canetas. Embora seja ecológica e prática, estudos no ramo da neurologia apontam que escrever com lápis ou caneta é uma habilidade muito diferente da digitação. O processo neurológico que começa no cérebro e termina nas mãos, e as transformam em símbolos, exige muito mais da pessoa, acarretam em menor desenvolvimento das capacidades cognitivas (como memorização), das crianças que não passam pela fase de aprendizado da escrita à mão.
Professora da Universidade Tiradentes e mestre em lingüística pela UFRGS, Ester Mambrini afirma ser neutra quanto ao caminho evolutivo que a tecnologia trilhou: “Eu não acho errado. São como as coisas andam. A máquina de escrever num se tornou obsoleta? O que fica disso é o romantismo pela coisa.” A competentíssima com as palavras apenas teme quão incapazes sem auxílio ficarão os que crescerão na época da aposentadoria de profissão dos lápis e caneta e não terão a vivência de quando pequenos a desenhar cada letrinha e aprender que “c” com “e” não se usa cedilha: “É preocupante como ficará o grau de dependência das pessoas pelos sublinhados vermelhos e verdes do Word.” - Programa para escrever da empresa Microsoft que os exibe ao detectar erros de ortografia ou concordância - Ester confessa ainda escrever manuscritos, com sua pessoalidade e intimidades: “Eu tenho o meu diário só para mim, não sinto vontade de publicá-los. Por isso que os guardo em meu criado-mudo” – diz a bem humorada escritora.
Outro fator importante para crianças em formação que farão uso de computador como instrumento didático de aprendizagem é a multi-utilidade do aparelho eletrônico. Como revela o estudante de publicidade e propaganda Igor Cruz: “Quando levo o laptop para sala de aula dificilmente consigo manter a atenção ao que o professor fala. Quase sempre tem algo que me chama atenção em alguma rede social, quando me dou conta já perdi parte da explicação”.
No Brasil há uma mudança por parte das escolas que acompanham a tecnologia. Continua-se a alfabetizar crianças com a letra cursiva, sem previsão para adoção de nova medida, embora o foco agora seja de tornar apto a ler e escrever. Com a nova prioridade, educadores já dizem ser perda de tempo estressar crianças com dificuldade crônica em aprender essa letra - processo ao qual leva tempo - e apontam outras letras mais faceis como a de fôrma como alternativa.
Voltando milhões e milhões de anos atrás aos homens das cavernas e seus registros nas pedras percebemos o enorme grau de fixação que os desenhinhos de forma primária e simbólica tiveram. A antropologia estuda esses diferentes níveis que a grafia marca no tecido a se grafar. Serão os computadores os melhores depósitos para armazenar o dia-a-dia de cada um, com as vitórias e derrotas particulares? Um diário digital não soa muito seguro. E se uma pane acometer tudo ligado à tomada ou rede? Lá se vai a humanidade perder uma era.
~segundo texto jornalístico
domingo, 21 de agosto de 2011
"We were talking...
about the space between us all
and the people
who hide themselves behind a wall
of illusion
never glimpse the truth
when it's far too late...
when they pass away.....
We were talking about the love we all could share
when we find it...
to try our best to hold it there
(with our love)
With our love we could save the world,
If they only knew.......
Try to realise its all within yourself
no one else can make you change,
And to see you're really only very small
and life flows on within you
and without you.
*
We were talking
about the love thats gone so cold
And the people
who gain the world and lose their soul
they dont know
they cant see..
Are you one of them?...
When you've seen beyond yourself
then you may find peace of mind is waiting there
And the time will come when you see
we're all one and life flows on within you and without you."
~within you without you descreveu minha sensação de transcendência de ontem
about the space between us all
and the people
who hide themselves behind a wall
of illusion
never glimpse the truth
when it's far too late...
when they pass away.....
We were talking about the love we all could share
when we find it...
to try our best to hold it there
(with our love)
With our love we could save the world,
If they only knew.......
Try to realise its all within yourself
no one else can make you change,
And to see you're really only very small
and life flows on within you
and without you.
*
We were talking
about the love thats gone so cold
And the people
who gain the world and lose their soul
they dont know
they cant see..
Are you one of them?...
When you've seen beyond yourself
then you may find peace of mind is waiting there
And the time will come when you see
we're all one and life flows on within you and without you."
~within you without you descreveu minha sensação de transcendência de ontem
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Formado
com que forma formo minha forma?
não sei se já terei 3 dinheiros e um sobrado
no tufão que ecoa minha hora
não sei se já vou ter vivido, sobrado ou faltado
tenho uma bomba, chamo de prova
eu destemido?
mas repara...se num pisco...
uma hora ela estoura...
não sei se já terei 3 dinheiros e um sobrado
no tufão que ecoa minha hora
não sei se já vou ter vivido, sobrado ou faltado
tenho uma bomba, chamo de prova
eu destemido?
mas repara...se num pisco...
uma hora ela estoura...
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
ser si
Quero tanto e num consigo.
Sigo com tanto que num quero.
Tanto 'se' que num consigo.
Si-com-si num é castigo?
Se consigo é si com ‘se’.
Sai o ‘se’ ou sai o ‘quero’?
Citando dúvidas, tanto se diz:
Como faz prá vida vir?
Ela escolhe, eu só colho?
Como faz prá luz entrar?
Ela mexe, eu só com o olho.
Sigo com tanto que num quero.
Tanto 'se' que num consigo.
Si-com-si num é castigo?
Se consigo é si com ‘se’.
Sai o ‘se’ ou sai o ‘quero’?
Citando dúvidas, tanto se diz:
Como faz prá vida vir?
Ela escolhe, eu só colho?
Como faz prá luz entrar?
Ela mexe, eu só com o olho.
domingo, 7 de agosto de 2011
then you say: Wow. Cool!
Álcool pra entreter a vida
Pessoas pra preencher o dia
Álcool pra preencher saída
Pessoas a se entreter, fingidas
Saída vazia pra preencher pessoas.
Pessoas pra preencher o dia
Álcool pra preencher saída
Pessoas a se entreter, fingidas
Saída vazia pra preencher pessoas.
"Escrevia no espaço.
Hoje, grafo no tempo,
na pele, na palma, na pétala,
luz do momento.
Sôo na dúvida que separa
o silêncio de quem grita
do escândalo que cala,
no tempo, distância, praça,
que a pausa, asa, leva
para ir do percalço ao espasmo.
Eis a voz, eis o deus, eis a fala,
eis que a luz se acendeu na casa
e não cabe mais na sala."
Sintonia para pressa e presságio
Hoje, grafo no tempo,
na pele, na palma, na pétala,
luz do momento.
Sôo na dúvida que separa
o silêncio de quem grita
do escândalo que cala,
no tempo, distância, praça,
que a pausa, asa, leva
para ir do percalço ao espasmo.
Eis a voz, eis o deus, eis a fala,
eis que a luz se acendeu na casa
e não cabe mais na sala."
Sintonia para pressa e presságio
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
entrelaçar
...eu cá já pronto pra sair, plano já traçado, jogado ao vento e tudo, quando parei a pensar no lado obscuro e vazio da sedução. Foi assim que me desiludi com essas questões. De eu te seduzir e te impressionar com os meus ouros e saltos, quando na verdade o que quero é que me saibas na pele, por baixo.
sexta-feira, 22 de julho de 2011
~só quando me penso como instrumento é que consigo dormir. Quando vou longe e esqueço do espelho vejo montanhas num plano de fundo bonito. E por elas algo passava, vários, que eu não podia identificar, só sentia e já nem sabia como podia tal nessa intensidade. Montanhas mais perto e mais longe e eu via quão longe passavam de mim. Às vezes passavam tão perto que entravam e era tão bom. Tão ruim ter que agüentar voltar a ser sem. Os pêlos da minha alma se eriçavam de lembrar. Existem as lembranças e as almas. Nem as almas escapam às lembranças. Vivo nesse ciclo de derrubar placas, empurrar ares, fazer de mim mala.
quarta-feira, 13 de julho de 2011
I woke up in another cloudy Day, everything was okay to open the curtains and see the big White though the window. I don’t have that much time for thinking in the morning until going to work. But I still had a little. While looking I touched the bottom line of my chest, where I used to place my fairy in the right middle. It used to be brown as the whole thing, she was getting white and less invisible to the poor eyes. Maybe she just appeared to be gone. And I only took it off to be on me. Cold clouds, suns inside, fairies, feelings, we never really understand them…they’re just there. At the second I realized, she was beating her tiny wings in a different land and I felt sad. I don’t know why, because I needed somebody to come all the way down from Pacific Ocean with tons of people in here to be myself in the essence.
Para minha amiga taitiana, Tiai.
Para minha amiga taitiana, Tiai.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
O jovem e o inexorável
Abri a porta do armário e me abaixei. Parei ali, olhando as muitas caixas, latas e sacos de mantimentos, por breves segundos esquecera o que buscava. Com a mente regressa alcancei a caixa de papelão de leite de vaca industrializado. Com ela na mão me levantei, sem dificuldades, para o peso que carregava em algum lugar dentro de mim. Haveria de ser assim até cruzar todas as manhãs e crepúsculos da minha vida. Eu me sentia, pulsava dentro do corpo. Não me esperavam nenhuma apresentação em frente de público, nenhum primeiro dia de trabalho, nenhuma cirurgia com risco de morte. Eu apenas sentia o meu relógio. O tempo que marcava exatamente quantas batidas meu coração daria. E não era fácil saber que cada ato estava sendo contabilizado, numa matemática de números exatos. Que conta sem erro me dava a sentir a sensação de bomba-relógio. Quando me atirava da janela do último andar e não gritava de medo, a cada dia eu vivia mais que morria, minha endorfina da falta de entendimento do tamanho de tudo se mostrava no sangue bombeado rápido, eu vivia muito mais que morria! Derramei no copo transparente aquele líquido branco até a boca; como conseguiam ser tão incolores e alvos? Como conseguiam não se impregnar do ambiente, das cores, das caras, horrores e malas que víamos e carregávamos? Eu sabia que cada dia acordaria diferente, que cada despertar puxaria energia de algum lugar do universo para me dar. Mas era mais uma noite, e ainda não chegara a hora. O corpo moído pedia por se desligar de responder aos meus impulsos com consciência, mas para seres sem botão a mais que o inútil umbigo, o descontrole é normal.
“Estou deitado, cabeça no travesseiro, coração descompensado, não sei pelo que anseio. Achei o problema: estou estático em meio termo, meu corpo repousa em bom tom, minha mente em lugar alheio, caminha feito gente, de cá ouço suas pisadas, batidas de algum paradeiro vêm parar em meu peito. Viro-me de lado, procuro não pensar, continuo parado e a vagar – Ô mente, dizes que és minha e só andas por aí, assim não sei a que veio.”
Eu tentava sem resultado persuadi-la a me deixar dormir, mas justamente por isso ela não relaxava e então outro estalo de perplexidade, misturado com deslumbramento numa bacia de incertezas. De bruços ouvia o tambor abafado que fazia o colchão tremer, me deixava mais aflito. De barriga para cima tentava escapar do barulho, e sentia se corromper lentamente a sensação da minha crença de cotidiano indiferente ao tempo, se exibiam nos rugidos dos motores e sombras que os carros na rua faziam dentro do quarto, tudo passava e estava passível de soçobrar; eu não tinha controle algum: meus órgãos se enfraqueciam à medida que eu juntava mais memórias, minha mãe morreria e eu nunca seria bom pra ela como ela é pra mim e mal me dava conta disso tudo. Porque quanto mais eu morria mais queria me fincar na vida, talvez por isso eu esnobasse e não desse metade do valor ao amor que cobriria a superfície de todas as águas, porque esse amor nada alteraria. Amor de mãe não dança no vento, eu poderia me rejeitar e querer acabar à hora que quisesse, ela se doaria aos céus para não me ver partir.
Para qualquer lugar em que minha convicção errante se funda ao impulso de bem terreno. Sem ímpeto teria se tornado tão somente espera, como em recepção de consultório médico sem um livro ou revista abertos ao colo, simples aguardo da espera por cura. É preciso saber das coisas, sentir coincidência, saber sentir...
Eu tinha meu livro de cabeceira, ao qual nunca terminara, aberto ao colo. As palavras aglomeradas no papel um dia abriram meu sono; quando ainda sonolento de sono tranquilo, e recompositor das virtudes de uma criança inocente e míope. Lá o rapaz Dante descera ao inferno, voltara à terra fria para poder subir ao céu. E escrevia aquilo tudo porque tinha suporte divino para aguentar o vício e enjoo humano do longo tempo preso, ao embora lento, operante trajeto de purificar. Eu não tinha meus óculos ao rosto e aproximava as miúdas letras. O embaçado me doía a vista. Foco para rumar.
Sou gentio que corre às gentilezas de ser assim: necessitado de viver em terrenos sem cerca, baldios e sem cultivo prévio. Pela semeadura e colheita arrancar de alguém algo que não seja mundano e sujo, que mareie os olhos e faça esquecer o implacável que faz tudo passar, é o que um viciado como eu pode fazer: tirar da razão o cabimento de virar substância pura. A carne à salmoura em seus três breves dias nutre o ciclo que me vicia com seus prazeres instantâneos; a proximidade entre a vontade, o feitiço e a podridão. Embora sinta e por isso saiba, mal me acostumo nesse quarto fechado em que peido gases maléficos só para sentir alívio.
O devaneio apareceu como viver, mesmo dormindo, realíssimo. Afinal sonhos não eram irreais, irreal era o que não fazia parte do meu real. Os devaneios e sonhos eram filmes na minha mente. Com a musculatura do abdômen tensa abri devagar os olhos. Eu sabia que estava indo embora, a vazão da minha válvula de vida escancarada me lançava calafrios, suor nas mãos e pés, insônias, calores, arrepios, desalinhos e viagens à lua, todos repentinos e ordenados de jeito ininteligível. Fora o congelamento de estômago; sentia uma fricção de angústia tão poderosa que me corroia por dentro e então eu já não era mais que uma estátua expectadora e amedrontada. Não dormi. Em mim morava o amanhã cheio de surpresas, de tudo sabia de quase nada, apenas mais um dia em que não apodrecera. Viver é perder os óculos da inocência, retomar as lentes de graus, buscar nitidez e ir ver.
“Estou deitado, cabeça no travesseiro, coração descompensado, não sei pelo que anseio. Achei o problema: estou estático em meio termo, meu corpo repousa em bom tom, minha mente em lugar alheio, caminha feito gente, de cá ouço suas pisadas, batidas de algum paradeiro vêm parar em meu peito. Viro-me de lado, procuro não pensar, continuo parado e a vagar – Ô mente, dizes que és minha e só andas por aí, assim não sei a que veio.”
Eu tentava sem resultado persuadi-la a me deixar dormir, mas justamente por isso ela não relaxava e então outro estalo de perplexidade, misturado com deslumbramento numa bacia de incertezas. De bruços ouvia o tambor abafado que fazia o colchão tremer, me deixava mais aflito. De barriga para cima tentava escapar do barulho, e sentia se corromper lentamente a sensação da minha crença de cotidiano indiferente ao tempo, se exibiam nos rugidos dos motores e sombras que os carros na rua faziam dentro do quarto, tudo passava e estava passível de soçobrar; eu não tinha controle algum: meus órgãos se enfraqueciam à medida que eu juntava mais memórias, minha mãe morreria e eu nunca seria bom pra ela como ela é pra mim e mal me dava conta disso tudo. Porque quanto mais eu morria mais queria me fincar na vida, talvez por isso eu esnobasse e não desse metade do valor ao amor que cobriria a superfície de todas as águas, porque esse amor nada alteraria. Amor de mãe não dança no vento, eu poderia me rejeitar e querer acabar à hora que quisesse, ela se doaria aos céus para não me ver partir.
Para qualquer lugar em que minha convicção errante se funda ao impulso de bem terreno. Sem ímpeto teria se tornado tão somente espera, como em recepção de consultório médico sem um livro ou revista abertos ao colo, simples aguardo da espera por cura. É preciso saber das coisas, sentir coincidência, saber sentir...
Eu tinha meu livro de cabeceira, ao qual nunca terminara, aberto ao colo. As palavras aglomeradas no papel um dia abriram meu sono; quando ainda sonolento de sono tranquilo, e recompositor das virtudes de uma criança inocente e míope. Lá o rapaz Dante descera ao inferno, voltara à terra fria para poder subir ao céu. E escrevia aquilo tudo porque tinha suporte divino para aguentar o vício e enjoo humano do longo tempo preso, ao embora lento, operante trajeto de purificar. Eu não tinha meus óculos ao rosto e aproximava as miúdas letras. O embaçado me doía a vista. Foco para rumar.
Sou gentio que corre às gentilezas de ser assim: necessitado de viver em terrenos sem cerca, baldios e sem cultivo prévio. Pela semeadura e colheita arrancar de alguém algo que não seja mundano e sujo, que mareie os olhos e faça esquecer o implacável que faz tudo passar, é o que um viciado como eu pode fazer: tirar da razão o cabimento de virar substância pura. A carne à salmoura em seus três breves dias nutre o ciclo que me vicia com seus prazeres instantâneos; a proximidade entre a vontade, o feitiço e a podridão. Embora sinta e por isso saiba, mal me acostumo nesse quarto fechado em que peido gases maléficos só para sentir alívio.
O devaneio apareceu como viver, mesmo dormindo, realíssimo. Afinal sonhos não eram irreais, irreal era o que não fazia parte do meu real. Os devaneios e sonhos eram filmes na minha mente. Com a musculatura do abdômen tensa abri devagar os olhos. Eu sabia que estava indo embora, a vazão da minha válvula de vida escancarada me lançava calafrios, suor nas mãos e pés, insônias, calores, arrepios, desalinhos e viagens à lua, todos repentinos e ordenados de jeito ininteligível. Fora o congelamento de estômago; sentia uma fricção de angústia tão poderosa que me corroia por dentro e então eu já não era mais que uma estátua expectadora e amedrontada. Não dormi. Em mim morava o amanhã cheio de surpresas, de tudo sabia de quase nada, apenas mais um dia em que não apodrecera. Viver é perder os óculos da inocência, retomar as lentes de graus, buscar nitidez e ir ver.
domingo, 12 de junho de 2011
Eu queria que o meu bigode engrossasse. Que eu dormisse tranqüilo ao passar uma noite de sábado assistindo tevê. Que passassem menos carros na frente da minha casa. Eu queria alguém embaixo da minha asa. Eu queria super passeios divertidos pelo bairro, sem grande atrativo, caminhada compassada, dois passos, uma risada. Eu queria baixar minha freqüência cardíaca, que o coração batesse calmo e sem alvoroço, eu queria sentar na mesa e com meu amor comer no almoço. Queria deixar de ser eu, pra virar o que me vêem, só que sem olhos, o eu que dos poros faz meu cheiro, eu por dentro. Eu queria menos primeiros dias, menos frios na barriga, menos manhãs de ressaca moral. Queria construir menos o que for pra ser todo destruído depois. Queria mais cicatrizes e menos feridas, menos caminhos que não dão em saída. Eu quero, não queria, querida.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Não acho que exista nada melhor que o frio na barriga. Petrifica em gelo o estômago e me deixa a sua inteira mercê. Você pode ser alto, forte e bonito e ainda assim ficará reduzido aos joelhos. É uma fricção de angústia tão poderosa que corrói por dentro e me torna uma mera estátua expectadora amedrontada. Imenso oposto à plenitude. Ah, como é bom ser humano e saber que tudo é uma questão de tempo, que se pode gargalhar até perder o ar.
quarta-feira, 8 de junho de 2011
O céu coloria o dia de branco. As pessoas dentro de suas casas, atrás de vidros transparentes olhavam com atenção as gotas que caíam sem trégua. A esperança agora pairava no alto, que parasse de chover e fizesse um céu azul de verão, daqueles sem nuvem alguma para guardar água nenhuma. Essa esperança só lá chegou tão alto por antes ter passado por baixo, muito baixo.
O conjunto Jardim Costa do Sol, perto da praia de Atalaia de Aracaju sofre de alagamento a mais de 25 anos. Alguns mais brandos outros mais severos, na verdade sendo todos severos, quando habitantes ali pagam IPTU e não contam com ter seus lares invadidos por água até a metade da canela em seus quartos de dormir. E sempre a mesma angústia se repete. Em meados de abril e maio o inverno chuvoso da cidade traz preocupação na cabeça dessas pessoas que ano após ano trocam todos móveis que não podem ser levantados com tijolos, reformam as deteriorações na casa que chegou a ficar cheia por mais de 72 horas. Fora o trágico dano material, de ver se estragando na enchente tudo que com esforço compraram, o descaso que são tratados pelos políticos, primeiro alvo da esperança desses pobres desafortunados de Netuno.
Isso continua com anos intercalando a desgraça de moradores desacreditados, que quando podiam se mudavam para um lugar seco e deixavam seu patrimônio a mercê de ratos, cobras, escorpiões e ladrões oportunistas. Já que a possibilidade de venda viria com brusca queda no valor, conforme informa o corretor de imóveis Bruno Silva, a deficiência atrapalharia substancialmente ao vender casas ali por preços lucrativos. E quando não tinham outra casa ou não podiam pagar aluguel conviviam entre os bichos. A esperar mudança, pagaram por limpeza das bocas de lobo de escoamento e ocuparam a sala de espera do gabinete da prefeitura por dias a fio. Sem resultados, foi dada entrada em processos jurídicos contra o órgão, que já os acumula de diferentes anos de enchente.
No ano passado, no período de chuva mais violento dentre todos, a defesa civil condenou o conjunto por inviabilidade de se morar num lugar que a água não tem para onde sair, pelo sistema de escoamento não dar conta do volume dos arredores. A prefeitura apenas tomou providências quando transmitido no ar ao vivo, exibiu-se uma canoa onde moradores faziam a travessia, se equilibrando abarrotados de utensílios domésticos, os que não esperavam, andavam com água até a coxa.
Essa história é mais velha que as crianças que agora brincam na água suja. Começou a mais de 30 anos quando o dinheiro reservado para fazer o aterramento do lugar engordou os bolsos da prefeitura, que deu o visto para a construtora começar a obra do residencial mesmo a mais de um metro abaixo da agora construída avenida Melício Machado. O órgão subestima essas pessoas, julgando-as como um nada sem autonomia de brigar por seus direitos. Como os faz com toda população que não tiver costas largas o suficiente. E geralmente quando os têm, estes são seus companheiros. Mas eles esquecem que ali têm pessoas instruídas e casas chegando ao valor de 500 mil reais, informa o veterinário aposentado Antônio Soares, morador há 24 anos. É preciso ter pé firme, se juntar por justiça, contratar o melhor advogado da cidade para poder questionar pelo montante do aterramento. Não é fácil ir contra a máquina, mas não se pode assistir a corrupção passar por cima do homem e tomar conta.
O órgão responsável pela manutenção das vias públicas – EMURB – concluiu a obra paliativa que contemplou alguns residenciais próximos a Av. Melício Machado, onde o Costa do Sol se localiza. Esse foi o resultado apenas da primeira parcela do que eles têm que fazer, brada André Costa, bancário e presidente do residencial. Até porque a primeira obra apenas amenizou a situação do conjunto que encheu outra vez, na chuva torrencial da penúltima terça-feira, 24. Ainda está por vir uma obra grande, que atingirá conjuntos próximos também alagados, e juntamente assim desafogará o escoamento do Costa do Sol. O problema nessa segunda obra consiste no alto valor previsto para a realização de esgotamento, saneamento e habitação duma área que compreenderá as zonas norte, sul e Zona de Expansão da cidade, no loteamento Aruana, e nos bairros Atalaia, Aeroporto, Santa Maria, Inácio Barbosa, Olaria e Jardim Centenário. A verba teve orçamento de 2 bilhões e está sob liberação do governo federal. Hielson Ferreira Ivo, médico e morador cobra pressa dos órgãos competentes: “Estamos sob aviso de chuva. Não podemos ir para o trabalho e voltar com receio de encontrar tudo debaixo d’água de novo.”
A professora Helena Bonaparte se rendeu: “Não tem mais como, tenho crianças pequenas e saio para trabalhar todo dia antes das 7 da manhã. É muita humilhação pôr os pés naquela água suja até pegar o carro no posto.” Ela se queixa dos possíveis acidentes que ocorrem, como uma caminhonete passou em alta velocidade arrancando os portões fechados com as ondas que se formavam. Onde os carros baixos não entram, quem não tem veículo alto arregaça as calças e mete os pés na água: “Levamos nossos filhos no colo até a saída, correndo o risco de ter que escolher entre cair ou derrubá-los.” Complementa o marido, também professor Adriano Bonaparte.
Em tempos de catástrofes por todos os cantos do mundo. Aqui está uma passiva de ser remediada. Criada pela fúria da natureza com o homem e facilitada pela falta de compromisso do governo. Moradores pagam o preço sem o devido auxílio, de ouvir por vezes repetidas que não ocorrerá mais. Que: ”Será o último ano de enchente do Costa do Sol, eu prometo”. A demagogia inflama a humilhação sofrida. Por isso, na enchente do ano passado, quando o prefeito visitou o rio que passa nas costas do sol, moradores o convidaram com força raivosa engasgada a passar uma noite lá. Com a luz desligada, por questão de segurança, a água corria risco de chegar às tomadas das paredes a qualquer momento. Não tiraria a razão do senhor que tentou jogar o digníssimo senhor prefeito na rua principal do conjunto, alagada, ao qual contrário do que diz seu slogan de propaganda: “Nunca se fez tão pouco em 5 anos!” Óbvio que uma barreira de seguranças de terno o tomaram a frente.
Precisa-se criar uma lei de limite de mentiras pronunciadas. Cada um só tem x número de vezes para brincar com a vida das pessoas. Acredito que isso sanaria boa parte dos problemas da população, principalmente se este número fosse acordado em um 10, razoavelmente baixo. O que vocês querem respeitáveis governantes? Tudo de mãos beijadas? Usem suas imaginações, se fantasiem. Nós temos óculos de raio-x.
~meu primeiro texto mais voltado pro jornalismo, após um ano e meio de curso; ester gostou! então, eis meu costa do sol amado, e molhado
O conjunto Jardim Costa do Sol, perto da praia de Atalaia de Aracaju sofre de alagamento a mais de 25 anos. Alguns mais brandos outros mais severos, na verdade sendo todos severos, quando habitantes ali pagam IPTU e não contam com ter seus lares invadidos por água até a metade da canela em seus quartos de dormir. E sempre a mesma angústia se repete. Em meados de abril e maio o inverno chuvoso da cidade traz preocupação na cabeça dessas pessoas que ano após ano trocam todos móveis que não podem ser levantados com tijolos, reformam as deteriorações na casa que chegou a ficar cheia por mais de 72 horas. Fora o trágico dano material, de ver se estragando na enchente tudo que com esforço compraram, o descaso que são tratados pelos políticos, primeiro alvo da esperança desses pobres desafortunados de Netuno.
Isso continua com anos intercalando a desgraça de moradores desacreditados, que quando podiam se mudavam para um lugar seco e deixavam seu patrimônio a mercê de ratos, cobras, escorpiões e ladrões oportunistas. Já que a possibilidade de venda viria com brusca queda no valor, conforme informa o corretor de imóveis Bruno Silva, a deficiência atrapalharia substancialmente ao vender casas ali por preços lucrativos. E quando não tinham outra casa ou não podiam pagar aluguel conviviam entre os bichos. A esperar mudança, pagaram por limpeza das bocas de lobo de escoamento e ocuparam a sala de espera do gabinete da prefeitura por dias a fio. Sem resultados, foi dada entrada em processos jurídicos contra o órgão, que já os acumula de diferentes anos de enchente.
No ano passado, no período de chuva mais violento dentre todos, a defesa civil condenou o conjunto por inviabilidade de se morar num lugar que a água não tem para onde sair, pelo sistema de escoamento não dar conta do volume dos arredores. A prefeitura apenas tomou providências quando transmitido no ar ao vivo, exibiu-se uma canoa onde moradores faziam a travessia, se equilibrando abarrotados de utensílios domésticos, os que não esperavam, andavam com água até a coxa.
Essa história é mais velha que as crianças que agora brincam na água suja. Começou a mais de 30 anos quando o dinheiro reservado para fazer o aterramento do lugar engordou os bolsos da prefeitura, que deu o visto para a construtora começar a obra do residencial mesmo a mais de um metro abaixo da agora construída avenida Melício Machado. O órgão subestima essas pessoas, julgando-as como um nada sem autonomia de brigar por seus direitos. Como os faz com toda população que não tiver costas largas o suficiente. E geralmente quando os têm, estes são seus companheiros. Mas eles esquecem que ali têm pessoas instruídas e casas chegando ao valor de 500 mil reais, informa o veterinário aposentado Antônio Soares, morador há 24 anos. É preciso ter pé firme, se juntar por justiça, contratar o melhor advogado da cidade para poder questionar pelo montante do aterramento. Não é fácil ir contra a máquina, mas não se pode assistir a corrupção passar por cima do homem e tomar conta.
O órgão responsável pela manutenção das vias públicas – EMURB – concluiu a obra paliativa que contemplou alguns residenciais próximos a Av. Melício Machado, onde o Costa do Sol se localiza. Esse foi o resultado apenas da primeira parcela do que eles têm que fazer, brada André Costa, bancário e presidente do residencial. Até porque a primeira obra apenas amenizou a situação do conjunto que encheu outra vez, na chuva torrencial da penúltima terça-feira, 24. Ainda está por vir uma obra grande, que atingirá conjuntos próximos também alagados, e juntamente assim desafogará o escoamento do Costa do Sol. O problema nessa segunda obra consiste no alto valor previsto para a realização de esgotamento, saneamento e habitação duma área que compreenderá as zonas norte, sul e Zona de Expansão da cidade, no loteamento Aruana, e nos bairros Atalaia, Aeroporto, Santa Maria, Inácio Barbosa, Olaria e Jardim Centenário. A verba teve orçamento de 2 bilhões e está sob liberação do governo federal. Hielson Ferreira Ivo, médico e morador cobra pressa dos órgãos competentes: “Estamos sob aviso de chuva. Não podemos ir para o trabalho e voltar com receio de encontrar tudo debaixo d’água de novo.”
A professora Helena Bonaparte se rendeu: “Não tem mais como, tenho crianças pequenas e saio para trabalhar todo dia antes das 7 da manhã. É muita humilhação pôr os pés naquela água suja até pegar o carro no posto.” Ela se queixa dos possíveis acidentes que ocorrem, como uma caminhonete passou em alta velocidade arrancando os portões fechados com as ondas que se formavam. Onde os carros baixos não entram, quem não tem veículo alto arregaça as calças e mete os pés na água: “Levamos nossos filhos no colo até a saída, correndo o risco de ter que escolher entre cair ou derrubá-los.” Complementa o marido, também professor Adriano Bonaparte.
Em tempos de catástrofes por todos os cantos do mundo. Aqui está uma passiva de ser remediada. Criada pela fúria da natureza com o homem e facilitada pela falta de compromisso do governo. Moradores pagam o preço sem o devido auxílio, de ouvir por vezes repetidas que não ocorrerá mais. Que: ”Será o último ano de enchente do Costa do Sol, eu prometo”. A demagogia inflama a humilhação sofrida. Por isso, na enchente do ano passado, quando o prefeito visitou o rio que passa nas costas do sol, moradores o convidaram com força raivosa engasgada a passar uma noite lá. Com a luz desligada, por questão de segurança, a água corria risco de chegar às tomadas das paredes a qualquer momento. Não tiraria a razão do senhor que tentou jogar o digníssimo senhor prefeito na rua principal do conjunto, alagada, ao qual contrário do que diz seu slogan de propaganda: “Nunca se fez tão pouco em 5 anos!” Óbvio que uma barreira de seguranças de terno o tomaram a frente.
Precisa-se criar uma lei de limite de mentiras pronunciadas. Cada um só tem x número de vezes para brincar com a vida das pessoas. Acredito que isso sanaria boa parte dos problemas da população, principalmente se este número fosse acordado em um 10, razoavelmente baixo. O que vocês querem respeitáveis governantes? Tudo de mãos beijadas? Usem suas imaginações, se fantasiem. Nós temos óculos de raio-x.
~meu primeiro texto mais voltado pro jornalismo, após um ano e meio de curso; ester gostou! então, eis meu costa do sol amado, e molhado
domingo, 5 de junho de 2011
my videotape
"When I'm at the pearly gates
This'll be on my videotape
My videotape
When mephistopholis is just beneath
And he's reaching up to grab me
This is one for the good days
And I have it all here
In red blue green
In red blue green
You are my centre when i spin away
Out of control on videotape
On videotape
On videotape
On videotape
This is my way of saying goodbye
Because I can't do it face to face
I'm talking to you
After it's too late
From my videotape
No matter what happens now
I won't be afraid
Because I know today has been
The most perfect day I've ever seen"
This'll be on my videotape
My videotape
When mephistopholis is just beneath
And he's reaching up to grab me
This is one for the good days
And I have it all here
In red blue green
In red blue green
You are my centre when i spin away
Out of control on videotape
On videotape
On videotape
On videotape
This is my way of saying goodbye
Because I can't do it face to face
I'm talking to you
After it's too late
From my videotape
No matter what happens now
I won't be afraid
Because I know today has been
The most perfect day I've ever seen"
quinta-feira, 2 de junho de 2011
No escuro
A cara do Brasil é colorida. A cara do Brasil são todas caras. Porra nenhuma! A cara do Brasil é de poucos. A cara do Brasil é de corrupção. Disciplinados pela incapacidade de respirar o ar sem poder ofegar, os brasileiros aspiram silenciosos. Como bons pupilos deixam pros seus netos a herança de povo pacífico, de país rico, de pessoas mudas de bom coração, de morte e caixão. A porra toda começou assim: roubando-nos, nos sugando as estranhas. Nós dávamos ouro e recebíamos espelho, nós trabalhávamos e recebíamos desrespeito. O Brasil não precisa de ouro, precisa de espelho! Que um gigante vidro refletivo pairasse sobre as bilhões de cabeças e lhes mostrasse o que acontece. Não são flores que sobressaem, são dores! Não são amores que sobressaem, são dores de novo. Deus deve chorar o carma triste do país mais adorado do mundo. O país saiu do controle das mãos até do grandioso. Hoje são meio cento de deuses que guiam. Não existe isso porra! Você quer mudar, você quer que seja diferente, não beije a boca que te escarra. São bilhões de pessoas de um lado e algumas dezenas do outro. Como podem todos se curvar diante da merda? Como existe dinheiro para alimentar uma cidade na mão de uma pessoa? Para isso criaram o estado, não é na mão de uma pessoa, esse estado empregará o dinheiro honestamente: “Um para você, um para mim, um para ele, outro para mim...” Chega! Não existe futuro de decência no andar dessa carruagem. Muitos já morreram por não agüentar respirar o mesmo ar podre que uns queriam lhe limitar. Mais vale a morte vivida, do que a vida “morrida”. Sua tevê de plasma não vale nada onde a cabeça do seu semelhante aparece solta sem corpo. Eu não gostaria de governar sozinho ou com a ajuda de poucos a milhares ou milhões de pessoas. Não existe coerência nisso. O Brasil merece o que passa. Porque quando se sai da merda, a primeira coisa que se faz é olhar para baixo e dar uma risada. De todas as cores, nenhuma se mistura com a outra. Tudo que se vê é vermelho. Ou melhor, tudo que não quero ver é o meu vermelho. Eu vejo o dele, o dela...ainda não é a minha vez, espero que não chegue logo. Eu preciso juntar mais algumas coisas antes. Chega de egoísmo! Que acomodados têm uma morte bem mais dolorosa e choram em morte quando poderiam chorar em vida. Chega de egoísmo!
As pessoas precisam criar voz. As ruas são públicas, as leis são de poucos. Quebremos as leis, povoemos as ruas. Matemos o prefeito, coroemos a cabeça da rua. De tanta indisciplina do outro lado, o Brasil precisa de resposta, o Brasil precisa de fogo nos pés de todos brasileiros. O Brasil precisa queimar junto. A solução não existe no tempo, só na revolta. Em comunidade como só um multicolorido, onde não se enxerga um só tom. O país dos índios precisa começar de novo, dessa vez sem ouro, dessa vez encima do morro. Precisa compartilhar o pão amassado. Precisa passar uns dias na casa do diabo. Começar do zero! Não se pode se acostumar a viver. À vida não se acostuma, que a vida se exprima em laços de matéria-prima. Matéria essa a mais abstrata. Não preciso mais que fogo, terra, ar e água. Eu preciso de qualquer lugar. Eu preciso do vento para me guiar. Eu preciso de alguém para amar. Não preciso de ter mais, eu preciso é ser, mas...as atribulações da rotina me ocupam até não restar nada de mim.
Uma cooperativa, sem nomes fundados, nem definições criadas. Sentir a veia aberta do outro seria boa política. Cada um sofre pelo outro. Quanto sofrimento! Não agüentaria nem um segundo esse intento. Morreria ali mesmo no cimento. Essa tem que ser a política, essas têm que ser as leis: siga-as e viva, descumpra e se contorça de dor alheia sentida. Era disso que os políticos do Brasil atual precisavam. Não prego a anarquia. Porque assim se restassem, não seriam mais que 10. Eu apóio a ferida como lição a ser aprendida. Eu apóio o dinheiro e abolição, rumo a liberdade um dia vendida. Eu prego a mudança do pensamento, para se mudar o sentimento, para só depois disso poder mudar a política. Novo regime político para antigas cabeças velhas não surtirão efeito algum. Apenas destruição, apenas multas e infrações, apenas penas. Penas de humanos voando. Do jeito que anda chegará um dia em que se comerá gente, se beberá sangue ainda quente. Quando todos os rios secarem, quando as árvores pararem de dar frutos e os animais, abençoados com a dádiva da não racionalidade forem recolhidos para não serem extintos. Só aí se saberá que não se pode comer dinheiro.
Elos de papeis verdes aprisionam. Dinheiro não manda trazer felicidade alguma. Dinheiro é a mais viciante substância psicoativa que inventaram. Basta pensá-lo e seu sorriso se exibe possuído. Desde que poder foi vinculado a dinheiro que o que era de gerar ganância se juntou a ela em forma materializada, o declínio foi certo. Já temos nossas brigas internas, nossas batalhas de exércitos enormes dentro de nós. Os de fora foram para dar as mãos. É deslumbrante como as costuras das mãos se formam e como uma mão se encaixa na outra, com a menor flexão dos músculos. Esses músculos a tanto enferrujados precisam de óleo. A engrenagem há tempos parada rangerá no começo, mas pegará no embalo. Rasguem os contratos, dê mais importância a seu pé que queima do que a seus sapatos. Por que nunca ninguém é feliz?
O céu coloria o dia de branco. As pessoas dentro de suas casas, atrás de vidros transparentes olhavam com atenção os tiros que soavam sem trégua. A esperança agora pairava no alto, que parasse de chover bala e fizesse um céu azul de verão, daqueles sem nuvem alguma para guardar morte nenhuma. Essa esperança só lá chegou tão alto por antes ter passado por baixo, muito baixo.
~texto para ester
As pessoas precisam criar voz. As ruas são públicas, as leis são de poucos. Quebremos as leis, povoemos as ruas. Matemos o prefeito, coroemos a cabeça da rua. De tanta indisciplina do outro lado, o Brasil precisa de resposta, o Brasil precisa de fogo nos pés de todos brasileiros. O Brasil precisa queimar junto. A solução não existe no tempo, só na revolta. Em comunidade como só um multicolorido, onde não se enxerga um só tom. O país dos índios precisa começar de novo, dessa vez sem ouro, dessa vez encima do morro. Precisa compartilhar o pão amassado. Precisa passar uns dias na casa do diabo. Começar do zero! Não se pode se acostumar a viver. À vida não se acostuma, que a vida se exprima em laços de matéria-prima. Matéria essa a mais abstrata. Não preciso mais que fogo, terra, ar e água. Eu preciso de qualquer lugar. Eu preciso do vento para me guiar. Eu preciso de alguém para amar. Não preciso de ter mais, eu preciso é ser, mas...as atribulações da rotina me ocupam até não restar nada de mim.
Uma cooperativa, sem nomes fundados, nem definições criadas. Sentir a veia aberta do outro seria boa política. Cada um sofre pelo outro. Quanto sofrimento! Não agüentaria nem um segundo esse intento. Morreria ali mesmo no cimento. Essa tem que ser a política, essas têm que ser as leis: siga-as e viva, descumpra e se contorça de dor alheia sentida. Era disso que os políticos do Brasil atual precisavam. Não prego a anarquia. Porque assim se restassem, não seriam mais que 10. Eu apóio a ferida como lição a ser aprendida. Eu apóio o dinheiro e abolição, rumo a liberdade um dia vendida. Eu prego a mudança do pensamento, para se mudar o sentimento, para só depois disso poder mudar a política. Novo regime político para antigas cabeças velhas não surtirão efeito algum. Apenas destruição, apenas multas e infrações, apenas penas. Penas de humanos voando. Do jeito que anda chegará um dia em que se comerá gente, se beberá sangue ainda quente. Quando todos os rios secarem, quando as árvores pararem de dar frutos e os animais, abençoados com a dádiva da não racionalidade forem recolhidos para não serem extintos. Só aí se saberá que não se pode comer dinheiro.
Elos de papeis verdes aprisionam. Dinheiro não manda trazer felicidade alguma. Dinheiro é a mais viciante substância psicoativa que inventaram. Basta pensá-lo e seu sorriso se exibe possuído. Desde que poder foi vinculado a dinheiro que o que era de gerar ganância se juntou a ela em forma materializada, o declínio foi certo. Já temos nossas brigas internas, nossas batalhas de exércitos enormes dentro de nós. Os de fora foram para dar as mãos. É deslumbrante como as costuras das mãos se formam e como uma mão se encaixa na outra, com a menor flexão dos músculos. Esses músculos a tanto enferrujados precisam de óleo. A engrenagem há tempos parada rangerá no começo, mas pegará no embalo. Rasguem os contratos, dê mais importância a seu pé que queima do que a seus sapatos. Por que nunca ninguém é feliz?
O céu coloria o dia de branco. As pessoas dentro de suas casas, atrás de vidros transparentes olhavam com atenção os tiros que soavam sem trégua. A esperança agora pairava no alto, que parasse de chover bala e fizesse um céu azul de verão, daqueles sem nuvem alguma para guardar morte nenhuma. Essa esperança só lá chegou tão alto por antes ter passado por baixo, muito baixo.
~texto para ester
domingo, 22 de maio de 2011
Sendo breve tenho tempo,
o que se escreve no espelho.
Uma comida com tempeiro
Corrida pro banheiro, tiro certeiro!
Maçã no cabelo, olho no carteiro
mundo aberto ao meio
tantas batidas me despenteio
por dentro aberto, assim veio.
Tudo em nada creio,
meu cavalo aqui apeio
nada lhe disse, estava em seu seio.
Confesso que compraria um mapa,
mas é que não tenho freio!
o que se escreve no espelho.
Uma comida com tempeiro
Corrida pro banheiro, tiro certeiro!
Maçã no cabelo, olho no carteiro
mundo aberto ao meio
tantas batidas me despenteio
por dentro aberto, assim veio.
Tudo em nada creio,
meu cavalo aqui apeio
nada lhe disse, estava em seu seio.
Confesso que compraria um mapa,
mas é que não tenho freio!
sábado, 21 de maio de 2011
torpor, um fio
A cada dia eu fico mais enganchado nas cordas da minha guitarra. Eu só queria repetir o que eu disse ontem. Porque realmente sinto tudo como um turbilhão, um puta turbilhão premeditado. Que sei de tudo, acho bonito enquanto não acaba e depois penso como seria bom não ter ido tão longe e ter passado umas boas horas deitado no meu sofá, tocando uns solos primários enquanto meus pais dormem tranqüilos um sono de que sou bom filho. Porque eu sou, eles só não entenderiam a distorção da minha música. Tudo é descompassado. Eu sou o cara certo no lugar errado, para a pessoa distante. A arte imita a vida, esse é o problema. Tudo é fingido, todos são fingidos, eu sou fingido. Me sinto um fantoche do destino. Oh plenitude, onde se perdeste? Em que vida me abandonaste? Agora que sinto meus dedos cansados pelo fim do torpor é que vens aparecer, com o seu passo silencioso e já indo embora. Eu sei de tudo, não sei de nada, senão faria as coisas certas. Nem pareço com o que escrevo, me remoendo pelo pleno. Senão não romperia minhas cordas e choraria por um som ambiente para repousar as ideias. Nunca consigo chegar ao fim de minhas tortas composições. Mas queria tanto ficar velho num sítio no meio do verde, numa casa de madeira com a minha mulher a agüentar minha falta de sanidade e minha falta de sorte de ganhar do destino. Acho que nunca vou conseguir escrever bem o que sinto. Ah soma total do desastre, quando chegarás com o esquecimento? Eu só escrevo porque quero ser ouvido e mesmo assim quero parecer sozinho no quarto. Eu só quero desafogar, espero a plenitude quando eu morrer.
terça-feira, 17 de maio de 2011
Carta de desabafo a um estranho
Prezada Úrsula Bacamarte
Fiquei muito contente hoje com Angélica nos ter apresentado. Tenho 21 anos e faço jornalismo. E entendendo um pouco como tudo é muito escorregadio, como mais que o plano de um governo cheio de brechas, não há algo dentro daqueles corpos que andam, falam e comem e dormem. Me pergunto a que ponto o egoísmo chegou, até que ponto o costume mudou toda uma montanha infindável de cabeças no ar. Até que ponto chegamos a acumular bens materiais mais que sensações e consciência limpa. Até que ponto cegos, vetados de possuir um pouco de alma, de ver qualquer coisa que seja verdadeira e chorar sem motivo, só pra lavar. Acho que é isso, chorar pela batalha de ontem, pela batalha de hoje e de antecipação pela que virá. Acho que quando gargalho de chorar e derramo gotas espessas são pelas longas que ainda virão. Preciso sair desse mundo, ficar à parte desse chão que me tira os passos. Preciso caminhar antes de me encostar numa rede no litoral e viver de livros e brisa, e eu sei disso. Por isso preciso me sentir vivo. E eu sei que o problema está com quem não sente nada disso. Mais do que as lições e teoria na faculdade. Sou muito perdido, esse é o meu defeito, sou perdido num tempo longínquo, não me situo, na verdade nem sei me relacionar com pessoas direito. Sou o anti-social mais sociável que conheço, apenas confuso e confesso que louco, ou eles seriam os loucos? Já deve ter se tornado comum pra mim pensar que eu sou louco, só agora me dei conta. Eles são os loucos. Vamos morrer e ter algo pelo que viver. E mostremos a que carregamos sangue no corpo, para derramar e não para dizer que é vermelho. Uma hora eles nascem pedra. Uma hora muda. Ah, muda!!
Fiquei muito contente hoje com Angélica nos ter apresentado. Tenho 21 anos e faço jornalismo. E entendendo um pouco como tudo é muito escorregadio, como mais que o plano de um governo cheio de brechas, não há algo dentro daqueles corpos que andam, falam e comem e dormem. Me pergunto a que ponto o egoísmo chegou, até que ponto o costume mudou toda uma montanha infindável de cabeças no ar. Até que ponto chegamos a acumular bens materiais mais que sensações e consciência limpa. Até que ponto cegos, vetados de possuir um pouco de alma, de ver qualquer coisa que seja verdadeira e chorar sem motivo, só pra lavar. Acho que é isso, chorar pela batalha de ontem, pela batalha de hoje e de antecipação pela que virá. Acho que quando gargalho de chorar e derramo gotas espessas são pelas longas que ainda virão. Preciso sair desse mundo, ficar à parte desse chão que me tira os passos. Preciso caminhar antes de me encostar numa rede no litoral e viver de livros e brisa, e eu sei disso. Por isso preciso me sentir vivo. E eu sei que o problema está com quem não sente nada disso. Mais do que as lições e teoria na faculdade. Sou muito perdido, esse é o meu defeito, sou perdido num tempo longínquo, não me situo, na verdade nem sei me relacionar com pessoas direito. Sou o anti-social mais sociável que conheço, apenas confuso e confesso que louco, ou eles seriam os loucos? Já deve ter se tornado comum pra mim pensar que eu sou louco, só agora me dei conta. Eles são os loucos. Vamos morrer e ter algo pelo que viver. E mostremos a que carregamos sangue no corpo, para derramar e não para dizer que é vermelho. Uma hora eles nascem pedra. Uma hora muda. Ah, muda!!
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Pobre indelével, prove da vida, cumpra sua parte, use da vida, beba da arte, coma da vida, faça jus a seu nome, debrulhe a espiga. Taquicardia e insônia se unem em liga para lhe aumentar as horas vividas. Seu material, o veículo, vista-o na vida, costuras leves seguram-lhe no tempo, espere os invisíveis ponteiros, esqueça de tudo antes e siga.
~o trabalho sempre interrompe a poesia, o grampeador caiu...
~o trabalho sempre interrompe a poesia, o grampeador caiu...
O desabitado
ESTAÇÃO INVENCÍVEL! Nos lados do céu um pálido aquilão se acumulava, um ar desbotado e invasor, e na direção de tudo o que olhos abarcavam, como um leite espesso, como um cortinado endurecido existia, continuamente. De modo que o ser se sentia isolado, submetido a sua estranha substância, cercado de um céu próximo, com o mastro partido diante dum litoral alvacento, abandonado pelo sólido, diante dum transcurso impenetrável numa casa de névoa. Condenação e horror! De haver estado ferido e abandonado, ou haver recolhido as aranhas, o luto e a sotaina. De haver-se emboscado, fortemente enfastiado deste mundo, e de haver conversado sobre esfinges e ouros e fatídicos destinos. De haver amarrado a cinza à roupa cotidiana, e haver beijado a origem terrestre com o seu sabor a esquecimento. Mas não. Não.
Matérias frias da chuva que caem sombriamente, pesares sem ressurreição, olvido. Na minha alcova sem retrato, na minha roupa sem luz, quanto espaço eternamente permanece, e o lento raio reto do dia como se condensa até chegar a ser uma só gota escura.
Movimentos tenazes, veredas verticais, a cuja flor final às vezes se ascende, companhias suaves ou brutais, portas ausentes! Como cada dia um pão letárgico, bebo de uma água segregada!
Uiva o serralheiro, trota o cavalo, o cavaleiro empapado de chuva, e o cocheiro de comprido chicote tosse, o condenado! O demais, até bem longas distâncias, permanece imóvel, coberto pelo mês de junho, e as suas vegetações molhadas, os seus animais calados, unem-se como ondas. Sim, que mar de inverno, que domínio submerso trata de sobreviver, e, aparentemente morto, cruza de longos velames mortuários esta densa superfície?
Com freqüência de entardecer acontecido, encosto a luz à janela, e me espio, sustentado por madeiras miseráveis, estendido na umidade como um ataúde envelhecido, entre paredes bruscamente fracas. Sonho, de uma ausência a outra, e a uma outra distância, recebido e amargo.
P. Neruda
~há a angústia, a serenidade, e o esquecer de si
Matérias frias da chuva que caem sombriamente, pesares sem ressurreição, olvido. Na minha alcova sem retrato, na minha roupa sem luz, quanto espaço eternamente permanece, e o lento raio reto do dia como se condensa até chegar a ser uma só gota escura.
Movimentos tenazes, veredas verticais, a cuja flor final às vezes se ascende, companhias suaves ou brutais, portas ausentes! Como cada dia um pão letárgico, bebo de uma água segregada!
Uiva o serralheiro, trota o cavalo, o cavaleiro empapado de chuva, e o cocheiro de comprido chicote tosse, o condenado! O demais, até bem longas distâncias, permanece imóvel, coberto pelo mês de junho, e as suas vegetações molhadas, os seus animais calados, unem-se como ondas. Sim, que mar de inverno, que domínio submerso trata de sobreviver, e, aparentemente morto, cruza de longos velames mortuários esta densa superfície?
Com freqüência de entardecer acontecido, encosto a luz à janela, e me espio, sustentado por madeiras miseráveis, estendido na umidade como um ataúde envelhecido, entre paredes bruscamente fracas. Sonho, de uma ausência a outra, e a uma outra distância, recebido e amargo.
P. Neruda
~há a angústia, a serenidade, e o esquecer de si
Sobre ser só
Eu vou transcrever em dois atos nessas páginas amareladas o homem mais só dos Buendía, o coronel Aurealiano. Talvez eu tenha algum parentesco distante...
Naquela noite interminável, enquanto o Coronel Gerineldo Márquez evocava as suas tardes mortas no quarto de costura de Amaranta, o Coronel Aureliano Buendía arranhou durante muitas horas, tentando rompê-la, a dura casca da sua solidão. Os seus únicos momentos felizes, desde a tarde remota em que seu pai o levara para conhecer o gelo, haviam transcorrido na oficina de ourivesaria, onde passava o tempo armando peixinhos de ouro. Tivera que promover 32 guerras, e tivera que violar todos os seus pactos com a morte e fuçar como um porco na estrumeira da glória, para descobrir com quase quarenta anos de atraso os privilégios da simplicidade.
Na mesma noite em que a sua autoridade foi reconhecida por todos os comandos rebeldes, acordou sobressaltado, pedindo aos gritos uma manta. Um frio interior que lhe rachava os ossos e o mortificava inclusive em pleno sol impediu-lhe de dormir bem por vários meses, até que se transformou num hábito. A embriaguez do poder começou a se decompor em faixas de tédio. Procurando um remédio contra o frio, mandou fuzilar o jovem oficial que propôs o assassinato do General Teófilo Vargas. As suas ordens eram cumpridas antes de serem anunciadas, mesmo antes que ele as concebesse,
e sempre iam muito mais longe do que ele se atreveria a fazê-las chegar. Extraviado na solidão do seu imenso poder, começou a perder o rumo. Incomodava-o o povo que o aclamava nas aldeias vencidas, e que lhe parecia o mesmo que aclamava o inimigo. Em toda parte encontrava adolescentes que o olhavam com os próprios olhos, que falavam com a sua própria voz, que o cumprimentavam com a mesma desconfiança com que ele os cumprimentava, e que diziam ser seus filhos. Sentiu-se jogado, repelido, e mais solitário do que nunca. Teve a certeza de que os seus próprios oficiais lhe mentiam. Brigou com o Duque de Marlborough. "O melhor amigo," costumava dizer então, "é o que acaba de morrer." Cansou-se da incerteza, do círculo vicioso daquela guerra eterna que sempre o encontrava no mesmo lugar, só que cada vez mais velho, mais acabado, mais sem saber por que, nem como, nem até quando. Sempre havia alguém fora do círculo de giz. Alguém que precisava de dinheiro, que tinha um filho com coqueluche ou que queria ir dormir para sempre porque já não podia suportar na boca o gosto de merda da guerra e que, entretanto, reunia as suas últimas reservas de energia para informar: "Tudo normal, coronel." E a normalidade era precisamente o mais terrível daquela guerra infinita: não acontecia nada. Sozinho, abandonado pelos presságios, fugindo do frio que havia de acompanhá-lo até a morte, procurou um último refúgio em Macondo, ao calor das recordações mais antigas. Era tão grave a sua inércia que quando lhe anunciaram a chegada de uma comissão do seu partido, credenciada para discutir a encruzilhada da guerra, ele se mexeu na rede sem acordar de todo.
- Levem-nos às putas - disse.
Naquela noite interminável, enquanto o Coronel Gerineldo Márquez evocava as suas tardes mortas no quarto de costura de Amaranta, o Coronel Aureliano Buendía arranhou durante muitas horas, tentando rompê-la, a dura casca da sua solidão. Os seus únicos momentos felizes, desde a tarde remota em que seu pai o levara para conhecer o gelo, haviam transcorrido na oficina de ourivesaria, onde passava o tempo armando peixinhos de ouro. Tivera que promover 32 guerras, e tivera que violar todos os seus pactos com a morte e fuçar como um porco na estrumeira da glória, para descobrir com quase quarenta anos de atraso os privilégios da simplicidade.
Na mesma noite em que a sua autoridade foi reconhecida por todos os comandos rebeldes, acordou sobressaltado, pedindo aos gritos uma manta. Um frio interior que lhe rachava os ossos e o mortificava inclusive em pleno sol impediu-lhe de dormir bem por vários meses, até que se transformou num hábito. A embriaguez do poder começou a se decompor em faixas de tédio. Procurando um remédio contra o frio, mandou fuzilar o jovem oficial que propôs o assassinato do General Teófilo Vargas. As suas ordens eram cumpridas antes de serem anunciadas, mesmo antes que ele as concebesse,
e sempre iam muito mais longe do que ele se atreveria a fazê-las chegar. Extraviado na solidão do seu imenso poder, começou a perder o rumo. Incomodava-o o povo que o aclamava nas aldeias vencidas, e que lhe parecia o mesmo que aclamava o inimigo. Em toda parte encontrava adolescentes que o olhavam com os próprios olhos, que falavam com a sua própria voz, que o cumprimentavam com a mesma desconfiança com que ele os cumprimentava, e que diziam ser seus filhos. Sentiu-se jogado, repelido, e mais solitário do que nunca. Teve a certeza de que os seus próprios oficiais lhe mentiam. Brigou com o Duque de Marlborough. "O melhor amigo," costumava dizer então, "é o que acaba de morrer." Cansou-se da incerteza, do círculo vicioso daquela guerra eterna que sempre o encontrava no mesmo lugar, só que cada vez mais velho, mais acabado, mais sem saber por que, nem como, nem até quando. Sempre havia alguém fora do círculo de giz. Alguém que precisava de dinheiro, que tinha um filho com coqueluche ou que queria ir dormir para sempre porque já não podia suportar na boca o gosto de merda da guerra e que, entretanto, reunia as suas últimas reservas de energia para informar: "Tudo normal, coronel." E a normalidade era precisamente o mais terrível daquela guerra infinita: não acontecia nada. Sozinho, abandonado pelos presságios, fugindo do frio que havia de acompanhá-lo até a morte, procurou um último refúgio em Macondo, ao calor das recordações mais antigas. Era tão grave a sua inércia que quando lhe anunciaram a chegada de uma comissão do seu partido, credenciada para discutir a encruzilhada da guerra, ele se mexeu na rede sem acordar de todo.
- Levem-nos às putas - disse.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Essa noite uma borboleta dormiu no meu quarto. Sou criança e tenho medo que enquanto estivesse dormindo, ela pousasse suas pequenas patas de inseto sobre meu rosto. Porque a borboleta é um inseto, já me disseram isso na escola, embora ela seja bonita com suas asas que veem. Eu tentei espantá-la da minha cortina, e abri a janela para que ela voasse, mas ela continuou achando que a haste era poleiro. Por fim não consegui e desliguei o ar condicionado. Afinal borboletas devem sentir mais frio que pessoas e eu não queria matá-la congelada. Quando eu já tinha desistido de expulsá-la dali, já tinha dito que minha parede é verde, mas é sintético, e que aquela borboleta grande e colorida era um presente e não podia voar como ela, porque era de papelão. Foi que ela bateu um pouco as asas e dessa vez se agarrou no marrom do meu guarda-roupa. Quase camuflada, por exceção dos olhos nas suas asas que me olhavam com calma enquanto eu pensava aflito que se adormecesse ela andaria na minha cara. Tornei a conversar com ela, que não era por nada, que eu não tinha medo. Mas que quando mais novo uma vez um rato entrou e se escondeu embaixo do sofá, na sala do lado do meu quarto. Morreu lá antes de meu pai tirá-lo e povoou meus sonhos por um tempo. Acordava de um pulo só pensando que ele passeava na minha cama. Acordava no meio da noite para ver se não achava nada no colchão. Ela se mexeu um pouquinho e pensei que reclamou por tê-la comparado com um roedor que podia matar com o seu xixi. Eu me apressei em me desculpar que não, que ela era muito mais bonita, que ela tinha o céu e asas nas costas e que quando eu pulava nem tocava no teto. Acho que ela me desculpou porque não se mexeu mais. Já era tarde e eu tinha aula no outro dia. Não tive alternativa a não ser pedi-la para não pular em mim. Que de manhã minha mãe abriria as cortinas e janelas, e no claro ela veria o verde do jardim e suas amigas passando, e ela podia ir para casa comer e brincar como borboleta. Acordei no outro dia e ela estava no mesmo lugar, paradinha. Acho que ainda dormia, era cedo demais para as borboletas. Alisei suas asas e falei que podia ficar se quisesse. Todo dia a cumprimentava e fazia carinho nela; comecei bem de leve com o dorso do dedo, que era quase do mesmo tamanho de seu corpinho. Até que um dia passei meu dedo pelo lado da palma. E ela gostava. Achei tão engraçado o jeito dela se cobrir com suas asas quando eu liguei o ar condicionado no segundo dia. Não sei o quê aconteceu, nem cheguei a arejar o quarto... pensei que ela ia ficar para sempre.
~um amanuense não vive só de contos. Precisa de papel pra escrever que fez isso e aquilo, só pra escrever. Fiquei muito triste de não ter tirado foto dela antes de partir. Como sou materialista...
~um amanuense não vive só de contos. Precisa de papel pra escrever que fez isso e aquilo, só pra escrever. Fiquei muito triste de não ter tirado foto dela antes de partir. Como sou materialista...
domingo, 1 de maio de 2011
Quando a gente tá contente
Tanto faz o quente
Tanto faz o frio
Tanto faz
Que eu me esqueça do meu compromisso
Com isso e aquilo
Que aconteceu dez minutos atrás
Dez minutos atrás de uma idéia
Já deu pra uma teia de aranha
Crescer e prender
Sua vida na cadeia do pensamento
Que de um momento pro outro
Começa a doer
Quando a gente tá contente
Gente é gente
Gato é gato
Barata pode ser um barato total
Tudo que você disser
Deve fazer bem
Nada que você comer
Deve fazer mal
Quando a gente tá contente
Nem pensar que está contente
Nem pensar que está contente
A gente quer
Nem pensar a gente quer
A gente quer, a gente quer
A gente quer é viver
~barato total cantada por gal, fale por si só. Sou um amanuense por dom. A vida que escolheu por mim. De a mãos nuas escrever nesses papeis remendados e amassados. Minha cor ainda verde não parece condizer com minha profissão. Mas sinto tanto, do que passou, do que não e do que ainda vai que fico choroso só de lembrar. Sopro de vida, não se explique. Me assopre.
Tanto faz o quente
Tanto faz o frio
Tanto faz
Que eu me esqueça do meu compromisso
Com isso e aquilo
Que aconteceu dez minutos atrás
Dez minutos atrás de uma idéia
Já deu pra uma teia de aranha
Crescer e prender
Sua vida na cadeia do pensamento
Que de um momento pro outro
Começa a doer
Quando a gente tá contente
Gente é gente
Gato é gato
Barata pode ser um barato total
Tudo que você disser
Deve fazer bem
Nada que você comer
Deve fazer mal
Quando a gente tá contente
Nem pensar que está contente
Nem pensar que está contente
A gente quer
Nem pensar a gente quer
A gente quer, a gente quer
A gente quer é viver
~barato total cantada por gal, fale por si só. Sou um amanuense por dom. A vida que escolheu por mim. De a mãos nuas escrever nesses papeis remendados e amassados. Minha cor ainda verde não parece condizer com minha profissão. Mas sinto tanto, do que passou, do que não e do que ainda vai que fico choroso só de lembrar. Sopro de vida, não se explique. Me assopre.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Não as vejo, mas sinto as barreiras e por causa disso as enxergo claramente. E no meio dessas paredes que não consigo ver o limiar para a liberdade de algum céu azul eu sufoco. Alguém parece já ter escrito minha história em que sou previamente julgado a perecer de dor paralisante do ser. Apenas minhas entranhas agonizam enquanto meu corpo anda no mundo. Ele anda a bons passos para quem está perdido entre limites, entre céus, entre a linha da realidade na fantasia. Confuso de onde venho a gargalhar de rir e chorar. Tossindo tudo o que grita por dentro. No final tenho água. Como quando cheguei a este mundo. Mergulhado.
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Uma clara meia-noite
Esta é tua hora, Oh alma, teu voo livre
para o espaço sem palavras,
longe dos livros, longe da arte,
o dia extinto, a lição terminada,
e tu plenamente emergindo, silenciosa
observando, ponderando
sobre teus temas diletos:
noite, sono, morte e as estrelas.
Walt Whitman
~cada batida de pulso, oh velocidade de se viver,
quando passar
acho que vou estranhar,
meus calos já não mais servir,
minha sombra não me seguir
minha estrada de bifurcações
em algum lugar vai desembocar.
para o espaço sem palavras,
longe dos livros, longe da arte,
o dia extinto, a lição terminada,
e tu plenamente emergindo, silenciosa
observando, ponderando
sobre teus temas diletos:
noite, sono, morte e as estrelas.
Walt Whitman
~cada batida de pulso, oh velocidade de se viver,
quando passar
acho que vou estranhar,
meus calos já não mais servir,
minha sombra não me seguir
minha estrada de bifurcações
em algum lugar vai desembocar.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
sempre nunca sempre nunca sempre nunca sempre nunca sempre nunca semp...
A raça humana é hipócrita. Está no estado do ser. Somos carne que sangra com um corte de goiabeira. Latejamos. Nosso viver em hibridismo, perdidos pelos cantos. Faço de tudo: enxergo, ouço e entendo pela minha cabeça. Um dia estou verde, no outro estou azul, pode ser que um dia fique maduro, mas ainda assim deverei de estar verde. Mudo, mudo , mudo e não me canso de mudar. Venham comigo amigos, vamos descobrir o mundo. Mas hoje eu sou sim, amanhã eu não sei. Acho que vou ficar assim pra sempre, um vagante moribundo.
~já ia a me contradizer ao quase colocar o ponto final desta. Mas sei lá me referia às menores, mais divagaçõesinhas de que nem se começa com letra maiúscula, nem se tem nada a mais que vírgulas, do que não termina. Ah, tá bom com essa discussão.
~
www.fotolog.com/phellype182
~já ia a me contradizer ao quase colocar o ponto final desta. Mas sei lá me referia às menores, mais divagaçõesinhas de que nem se começa com letra maiúscula, nem se tem nada a mais que vírgulas, do que não termina. Ah, tá bom com essa discussão.
~
www.fotolog.com/phellype182
segunda-feira, 11 de abril de 2011
na roda gigante
Eu estava tremendo e suava frio como um porco. Não gostava de altura nem tampouco de muito balanço. Por razões verídicas, não sei o que me motivou a estar ali. Talvez tenha sido a Pati ter insistido à morte por aquilo. Mas eu estava lá, à fila da roda gigante, ela girava grandiosa a tocar as nuvens, e eu cá no chão, apenas a fitava medrosa.
- Droga! – pensei. A ponto que mais uma remessa de pessoas desembarcava da geringonça de metal; sorridentes e saltitantes com seus saquinhos de pipoca à mão. – Como podem ainda comer? – me perguntei. Em meu caso um vômito seria muito mais provável.
Tentei de todas maneiras contar a Pati que ia ao banheiro ou beber refrigerante, tentava disfarçar o medo da melhor maneira, morreria de vergonha se o descobrissem, eu já tinha 10 anos, e medo de roda-gigante era para bebezinhas; ela nunca percebeu meu desconforto evidente no olhar, sua atenção estava toda voltada para o que estava por vir. Senti o coração bater mais rápido que bateria de escola de samba quando o primeiro menino do último grupo ao qual antecedia o meu pisou ao chão. Todos a minha frente caminharam e minhas pernas fizeram o mesmo, contra a minha vontade. O moço vestido de palhaço apontou o meu assento, sentaria ao lado da Pati – que maravilha – baixou o ferro de proteção e travou a gaiola. Não tive mais para onde correr. Àquele momento desejei com todas as forças estar em meu quarto, jogada na cama lendo gibis, com os pés bem próximos ao chão.
O mesmo moço apertou um botão, a coisa se moveu com lentidão até pegar no tranco. Até a metade da altitude na qual o troço atingia, não olhei para baixo, em meu pensamento poderia cair se o fizesse. Chegou a um patamar de altura, logo após o frio que congelou meu estômago, em que não agüentei mais minha ansiedade. E como um vigilante em torre de penitenciária, dei minha primeira visão panorâmica. Quando me convenci de que não cairia dali, entendi todos os sorrisos bobos das outras crianças. Eu podia voar, meu corpo se encaixava de perfeito modo no ar, senti-me levitando, como no tapete de Aladin. Do alto vi não só o parque inteiro como também a minha casa e a casa da Pati, do outro lado da rua; poderia ver a cidade toda se não fosse minha precoce visão astigmática, pontinhos pretos de pessoas lá embaixo pareciam formigas aos meus olhos; o vento me corria à face e assanhava o cabelo, a boca estava seca, tão ocupada em captar todas as sensações possíveis ali, esqueci de salivar. Atentei para o mundo de novo, a Pati me cutucou o braço: - Já vamos descer, esta é a última volta – aquilo me veio como uma pancada repentina na cabeça, havia esquecido por completo, teria que abandonar os céus uma hora. Aos pés dela, lamentei minha vez ter passado e tomei o rumo de casa a passos de tartaruga.
Pus-me fora daquele lugar com muito pesar. Cheguei em casa e passei a noite a falar quão havia gostado da roda-gigante, pedi de joelhos a meu pai por um brinquedo daqueles, tolice minha, ele não recebia mais do que um salário mínimo para sustentar toda família, não poderia me dar mais do que um eventual ingresso. Chorei até me secarem as lágrimas e adormeci no sofá da sala.
Passado uns dois meses, o parque de diversões foi interditado, o proprietário não pagara os quatorze meses de aluguel atrasados, deu lugar a um desses prédios novos luxuosos, ao qual meu pai foi contratado como porteiro. Apenas tive uma chance mais de ir lá antes de isso acontecer. Dessa vez aproveitei desde a fila até a hora de descer; nunca mais esqueceria o vôo que alcei.
~narrativa que fiz pra ester ano passado. Só pra escrever mais uma folha no caderno de registros.Preciso escrever mais contos. Corriqueiro pare de me corroer. Boa noite de segunda a ninguém.
- Droga! – pensei. A ponto que mais uma remessa de pessoas desembarcava da geringonça de metal; sorridentes e saltitantes com seus saquinhos de pipoca à mão. – Como podem ainda comer? – me perguntei. Em meu caso um vômito seria muito mais provável.
Tentei de todas maneiras contar a Pati que ia ao banheiro ou beber refrigerante, tentava disfarçar o medo da melhor maneira, morreria de vergonha se o descobrissem, eu já tinha 10 anos, e medo de roda-gigante era para bebezinhas; ela nunca percebeu meu desconforto evidente no olhar, sua atenção estava toda voltada para o que estava por vir. Senti o coração bater mais rápido que bateria de escola de samba quando o primeiro menino do último grupo ao qual antecedia o meu pisou ao chão. Todos a minha frente caminharam e minhas pernas fizeram o mesmo, contra a minha vontade. O moço vestido de palhaço apontou o meu assento, sentaria ao lado da Pati – que maravilha – baixou o ferro de proteção e travou a gaiola. Não tive mais para onde correr. Àquele momento desejei com todas as forças estar em meu quarto, jogada na cama lendo gibis, com os pés bem próximos ao chão.
O mesmo moço apertou um botão, a coisa se moveu com lentidão até pegar no tranco. Até a metade da altitude na qual o troço atingia, não olhei para baixo, em meu pensamento poderia cair se o fizesse. Chegou a um patamar de altura, logo após o frio que congelou meu estômago, em que não agüentei mais minha ansiedade. E como um vigilante em torre de penitenciária, dei minha primeira visão panorâmica. Quando me convenci de que não cairia dali, entendi todos os sorrisos bobos das outras crianças. Eu podia voar, meu corpo se encaixava de perfeito modo no ar, senti-me levitando, como no tapete de Aladin. Do alto vi não só o parque inteiro como também a minha casa e a casa da Pati, do outro lado da rua; poderia ver a cidade toda se não fosse minha precoce visão astigmática, pontinhos pretos de pessoas lá embaixo pareciam formigas aos meus olhos; o vento me corria à face e assanhava o cabelo, a boca estava seca, tão ocupada em captar todas as sensações possíveis ali, esqueci de salivar. Atentei para o mundo de novo, a Pati me cutucou o braço: - Já vamos descer, esta é a última volta – aquilo me veio como uma pancada repentina na cabeça, havia esquecido por completo, teria que abandonar os céus uma hora. Aos pés dela, lamentei minha vez ter passado e tomei o rumo de casa a passos de tartaruga.
Pus-me fora daquele lugar com muito pesar. Cheguei em casa e passei a noite a falar quão havia gostado da roda-gigante, pedi de joelhos a meu pai por um brinquedo daqueles, tolice minha, ele não recebia mais do que um salário mínimo para sustentar toda família, não poderia me dar mais do que um eventual ingresso. Chorei até me secarem as lágrimas e adormeci no sofá da sala.
Passado uns dois meses, o parque de diversões foi interditado, o proprietário não pagara os quatorze meses de aluguel atrasados, deu lugar a um desses prédios novos luxuosos, ao qual meu pai foi contratado como porteiro. Apenas tive uma chance mais de ir lá antes de isso acontecer. Dessa vez aproveitei desde a fila até a hora de descer; nunca mais esqueceria o vôo que alcei.
~narrativa que fiz pra ester ano passado. Só pra escrever mais uma folha no caderno de registros.Preciso escrever mais contos. Corriqueiro pare de me corroer. Boa noite de segunda a ninguém.
sábado, 9 de abril de 2011
Talvez...
Grandes e velhos amigos se encontram num bar, depois de um abraço apertado, sorrisos de saudade e perguntarem como andam as coisas, ele se despede, ao lhe alisar o braço esquerdo com a palma da mão direita lhe diz: -Velho, você está sumida demais. Vamos marcar essa cerveja! E ela lhe responde com indignação aparente ao franzir as sobrancelhas e soltar as palavras com tom de revolta: Não é velho? Vamos marcar. Vamos Mesmo! E ele continua o caminho para o banheiro.
Assim são e serão os amigos de longas datas sempre que se encontrarem no bar. Sempre grande alvoroço e falta de respostas de porquê nunca sentam na mesma mesa. Talvez ele não tenha celular, more do outro lado da cidade, separado por uma travessia de barco a remo. E ela talvez não tenha carro, ou pernas. Ou talvez não sejam mais amigos e não tenham percebido. Na época do colégio, quando matavam aula e iam para o shopping, enchiam a mochila de chocolate, a qual lhes pesava as costas, e entravam no cinema pela saída. Talvez dispusessem dos mesmos gostos e do agrado da companhia alheia e estivessem um dentro do dia-a-dia do outro sem esforços maiores.
Ele tem pessoas em comum com ela. E ele assim como ela sai para beber cerveja toda sexta, ainda assim um não sabe o celular do outro. Eu falo tantos 'talvez' porque não os conheço e pode ser que aquele carinho já bastasse para ela se sentir segura de sua amizade. E para ele que o seu braço seja tão macio que não lhe dê vontade de fazer outra coisa. As teclas do celular por certo são menos macias. Mas voltando à vontade, o que é ela? A que ele escolhe ou a que ela escolhe dentro dele? Parece-me que têm uma indisposição impensada, onde falta o tempo para dar conta do outro em meio a diferente rotina de agora. Também conta eles nunca ficarem magoados com a falta de lembrança do amigo. Seguem naquela amizade constante, sem altos e baixos, só meios. O suficiente para sempre desencadear no próximo sorriso saudoso. Digo isso porque os acho muito amigos em manterem uma relação estagnada e conseguirem na próxima sexta se cumprimentarem com fervor. Não acho combustível para isso.
Eles fingem que não fingem, ou são tão bons fingidos que nem sabem o estar fazendo. Vejo-os meio século depois do primeiro dia no colégio e mudarão muitas coisas: os sorrisos enrugados, o braço pelancudo, a barriga de cerveja e o combustível nesse tempo será renovável, através de décadas de pesquisas e novas tecnologias surgidas. O deles não se sabe.
~ai, é sábado, anoiteceu agora a pouco. Escurecer de sábados ficam melancólicos demais em meu quarto. Vou beber cerveja, vou ficar levemente bêbado e amenizar o que tá trepidando aqui.
Assim são e serão os amigos de longas datas sempre que se encontrarem no bar. Sempre grande alvoroço e falta de respostas de porquê nunca sentam na mesma mesa. Talvez ele não tenha celular, more do outro lado da cidade, separado por uma travessia de barco a remo. E ela talvez não tenha carro, ou pernas. Ou talvez não sejam mais amigos e não tenham percebido. Na época do colégio, quando matavam aula e iam para o shopping, enchiam a mochila de chocolate, a qual lhes pesava as costas, e entravam no cinema pela saída. Talvez dispusessem dos mesmos gostos e do agrado da companhia alheia e estivessem um dentro do dia-a-dia do outro sem esforços maiores.
Ele tem pessoas em comum com ela. E ele assim como ela sai para beber cerveja toda sexta, ainda assim um não sabe o celular do outro. Eu falo tantos 'talvez' porque não os conheço e pode ser que aquele carinho já bastasse para ela se sentir segura de sua amizade. E para ele que o seu braço seja tão macio que não lhe dê vontade de fazer outra coisa. As teclas do celular por certo são menos macias. Mas voltando à vontade, o que é ela? A que ele escolhe ou a que ela escolhe dentro dele? Parece-me que têm uma indisposição impensada, onde falta o tempo para dar conta do outro em meio a diferente rotina de agora. Também conta eles nunca ficarem magoados com a falta de lembrança do amigo. Seguem naquela amizade constante, sem altos e baixos, só meios. O suficiente para sempre desencadear no próximo sorriso saudoso. Digo isso porque os acho muito amigos em manterem uma relação estagnada e conseguirem na próxima sexta se cumprimentarem com fervor. Não acho combustível para isso.
Eles fingem que não fingem, ou são tão bons fingidos que nem sabem o estar fazendo. Vejo-os meio século depois do primeiro dia no colégio e mudarão muitas coisas: os sorrisos enrugados, o braço pelancudo, a barriga de cerveja e o combustível nesse tempo será renovável, através de décadas de pesquisas e novas tecnologias surgidas. O deles não se sabe.
~ai, é sábado, anoiteceu agora a pouco. Escurecer de sábados ficam melancólicos demais em meu quarto. Vou beber cerveja, vou ficar levemente bêbado e amenizar o que tá trepidando aqui.
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Las Espigas
O sem cessar terminou em flores,
em longo tempo que estende seu caminho
em fita, na novidade no ar,
e se por fim achamos sob o pó
o mecanismo do próximo futuro
simplesmente reconheçamos a alegria
tal como se apresenta! Como uma espiga mais,
de maneira assim que o esquecimento contribua
para a claridade verdadeira que sem dúvida não existe.
em longo tempo que estende seu caminho
em fita, na novidade no ar,
e se por fim achamos sob o pó
o mecanismo do próximo futuro
simplesmente reconheçamos a alegria
tal como se apresenta! Como uma espiga mais,
de maneira assim que o esquecimento contribua
para a claridade verdadeira que sem dúvida não existe.
domingo, 3 de abril de 2011
final de história; amigos que vão embora
— Tenha confiança, baronesa, prosseguiu ele pouco depois. Conte com as circunstâncias, que também são fadas. Conte mais com o imprevisto. O imprevisto é uma espécie de deus avulso, ao qual é preciso dar algumas ações de graças;pode ter voto decisivo na assembléia dos acontecimentos. Suponha um déspota,uma corte, uma mensagem. A corte discute a mensagem, a mensagem canoniza o déspota. Cada cortesão toma a si definir uma das virtudes do déspota, a mansidão, a piedade, a justiça, a modéstia... Chega a vez da grandeza da alma;chega também a notícia de que o déspota morreu de apoplexia, que um cidadão assumiu o poder e a liberdade foi proclamada do alto do trono. A mensagem é aprovada e copiada. Um amanuense basta para trocar as mãos à História; tudo é que o nome do novo chefe seja conhecido, e o contrário é impossível; ninguém trepa ao sólio sem isso, nem a senhora sabe o que é memória de amanuense.Como nas missas fúnebres, só se troca o nome do encomendado — Petrus,Paulus...
— Oh! não agoure meus filhos! exclamou Natividade
Machado ensabiando o velho Aires
~acabei terminando tarde demais tudo: twitter, fotolog e blog. Não sei pra onde vou com essa mania de registrar tudo. Aliás sei, pras olheiras. E sim, que aqui fique certo de também ser meu caderno de registro de leitura. Agora é tirar a poeira de um velho conhecido do criado-mudo ou pedir a minha mãe um com cheiro de novo. Engraçados velhos hábitos: minha mãe sempre compra meus livros e escreve meu nome com sua letra ilegível de dentista. Agora é dormir, que amanuense só descansa quando consegue não pensar. Boa noite para mim, minha sala, ventilador barulhento e calor. E se houver mais alguém que aí leia.
— Oh! não agoure meus filhos! exclamou Natividade
Machado ensabiando o velho Aires
~acabei terminando tarde demais tudo: twitter, fotolog e blog. Não sei pra onde vou com essa mania de registrar tudo. Aliás sei, pras olheiras. E sim, que aqui fique certo de também ser meu caderno de registro de leitura. Agora é tirar a poeira de um velho conhecido do criado-mudo ou pedir a minha mãe um com cheiro de novo. Engraçados velhos hábitos: minha mãe sempre compra meus livros e escreve meu nome com sua letra ilegível de dentista. Agora é dormir, que amanuense só descansa quando consegue não pensar. Boa noite para mim, minha sala, ventilador barulhento e calor. E se houver mais alguém que aí leia.
sábado, 2 de abril de 2011
acabaram os amores, Deus já desligou os refletores
~Sei lá, não vou ser fotógrafo! Mas não vou deixar todos os "dois mil" que conto de mim lá. Que vocês dois sejam amigos e se entendam.
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