quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Haikai vermelho

que símbolo engraçado o amor
codificamos à nossa maneira
sentimos pesado como for
tudo que na verdade
não passa de leveza

Terapia pela música de Siba

O revés dos óculos postos nos rostos pela rua me perdoem o olho cru, as mãos sem lugar, o defeito apurado e ser jornalista na Terra. Que me perdoe o ano de 72 com todos seus discos geniais e infinitamente cabulosos, que fazem parte da minha vida como uma oração, a que se faz antes de dormir. Não que não tenha mais ajoelhado em cima da cama com as mãos ajuntadas, nem que eu seja o mesmo rezador decorado da época infantil. (E que eu nem lembre desses dias! Só quando alguém fizer uma matéria sobre como uma criança se desenvolve na adversidade extrema; para mim, só quando voltar das férias) . Mas pedir e falar pra Deus ajudar a tirar do inferno sem cordas pela janela é o que tem rareado em minhas noites. Eu faço aqui muito mais que uma crítica ao novo álbum de Siba. É sobre vida, tanto que nem trago número de contatos, escrevo que cada um tem um jeito de viver independente das dependências, desenvolvo isso durante as férias, me expurga poder escutar cada verso, cada solo de guitarra de um saudoso do novo mundo, cada tambor em meio a bateria. A vivência no planeta começou a sua corrupção com o nome, um pouco de terra sob os pés e se esqueceu o ar e água. Sendo a bíblia escrita em hebraico, quem será que deu o nome ao nosso mundo? (guardo esta pauta?) Ah! Pobres ares e águas. Eu reconheço este homem de bigode pelo caminhar, meticulosa sensação de pés em cima de um mapa riscado a rota. Não sei de nada, mas por que viver se não pra sorrisos? Não sei, às vezes eu acho que sarei... me apanho negro e nefasto de novo. Não sei, eu digo que acho quando posso nunca lhe comprovar, o “tenho certeza” porque navego e adormeço tempestades dos copos d’águas que ninguém sabe o poder de afogar. Não sei de tudo, mas a vida pode ser bem mais lúcida, pode se saber o que é um simples abraço, daqueles em que se agarra os corpos desprendidos de tempo, soltos no ar – aliás, que caminho tomaríamos se este gás bonito fosse o nome da Terra? (Entende a finalidade da matéria, né? Sim, sou jornalista, mas e daí?) Muito mais leve seria voltar ao passado. A gente pode trabalhar pra isso, pra saber ou falar menos que não é de conhecimento nosso. Desculpem-me os poetas e filósofos que não trabalham. Antes de embarcar nesse trem eu abraço o artista do trabalho bem feito. Sigo, vagão por vagão, apito por apito. Mas aí já é outra história. Agora estou apto a estar apto a prestar serviço. Embarco adiante, disfarço o olhar. “Vou trabalhar”.

Avante!