domingo, 3 de abril de 2011

final de história; amigos que vão embora

— Tenha confiança, baronesa, prosseguiu ele pouco depois. Conte com as circunstâncias, que também são fadas. Conte mais com o imprevisto. O imprevisto é uma espécie de deus avulso, ao qual é preciso dar algumas ações de graças;pode ter voto decisivo na assembléia dos acontecimentos. Suponha um déspota,uma corte, uma mensagem. A corte discute a mensagem, a mensagem canoniza o déspota. Cada cortesão toma a si definir uma das virtudes do déspota, a mansidão, a piedade, a justiça, a modéstia... Chega a vez da grandeza da alma;chega também a notícia de que o déspota morreu de apoplexia, que um cidadão assumiu o poder e a liberdade foi proclamada do alto do trono. A mensagem é aprovada e copiada. Um amanuense basta para trocar as mãos à História; tudo é que o nome do novo chefe seja conhecido, e o contrário é impossível; ninguém trepa ao sólio sem isso, nem a senhora sabe o que é memória de amanuense.Como nas missas fúnebres, só se troca o nome do encomendado — Petrus,Paulus...
— Oh! não agoure meus filhos! exclamou Natividade




Machado ensabiando o velho Aires














~acabei terminando tarde demais tudo: twitter, fotolog e blog. Não sei pra onde vou com essa mania de registrar tudo. Aliás sei, pras olheiras. E sim, que aqui fique certo de também ser meu caderno de registro de leitura. Agora é tirar a poeira de um velho conhecido do criado-mudo ou pedir a minha mãe um com cheiro de novo. Engraçados velhos hábitos: minha mãe sempre compra meus livros e escreve meu nome com sua letra ilegível de dentista. Agora é dormir, que amanuense só descansa quando consegue não pensar. Boa noite para mim, minha sala, ventilador barulhento e calor. E se houver mais alguém que aí leia.

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