quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A escada altiva dos minutos invisíveis

Horas me aclara
Horas me escurece
Horas minha cara
Horas minha prece
Horas minha alma sara
Horas minha fé padece
Há dias em que empaco no mundo
e dias que o tempo desaparece.










~ensinamento do dia

Todos irmãos: os cegos, egos e inertes

à minha vida de lado
agradeço à escoliose
a escritos de lápis
ao meu medo do erro
à pia lavo as mãos inclinado
as morissocas me comem a perna
de caneta não apago a torta coluna
nem como coça quando se faz a espera
o povo é rodeado desses mosquitos
sedentos do corpo todo
não me coça mais do que lhes dói
eu posso mais do que lhes chora
ai como eu ainda sou moço
eu trabalho pro depois, é muita tormenta o agora
peço ao pai força no sol por vir
quando cai a noite somente me atrapalho
na torneira e sabão o anel esqueci
quem dera poderem lavar-lhes os sujos olhos
eu que de ferida tenho poucas
este poema se acha pétala murcha ou fugidia
das vidas e minha idiossincrasia
já é amanhã, meu pescoço e novo óleo
escorrego de mais uma forca

Do saber pelo sentir

o que não é prá toda hora
o que faz do sorriso fácil por si
o que não lhe agrada porque chora
o que faz da conveniência um ardil
o que faz do ser humano um parecer
o que há na natureza do não sucumbir
o que cores camaleão vejo mil
o que conspira dor e crescimento no aprender
o que me faz presente no aqui
o que desperta um simples porquê
fui

o que faz a cabeça pesada
o que de súbito me põe nos ares
o que olhos veem e o não responder
o que vale se só reta for a estrada
o que coincidência são sinais
o eterno fugir do ser
sul

o que sempre doce se vomita
o que se busca antes da partida
o que tudo se repete
o que nasce e já agoniza
o que trago morte e vida
o que à terra sobe e não batata
o que por má fé sofre hoje a barata
o que no cálice enche e não transborda
luz

o que não se apaga da infância
o que na pedra meio à correnteza esfrego
o que não existe coincidência
o que enxergo um olho e um prego
o que fere se corto ou se serro
o que não é questão de ser leigo
o que evoluo ou emperro
o que me deixa o corpo em agonia
o que é o erro pro certo
cruz

o que não é reza sem paradeiro
o que não enriquece com dinheiro
o que se criou um mundo inteiro
céu e azul

o que afasta e se aproxima
o que frio não é clima
o que do entendimento está em cima
homem cru

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Sobre casualidade

mais uma, a flora sem amor
procuro o mundo e sua graça
próxima vez não sei se escolho
uma estória ou uma flor
dizem o que na frente está
é que nem sempre se acha
se cheiro teu perfume, noutro
dia nem sei se estou
de bicicleta no caminho certo
mais um dia a corrente a enguiçar
haja graxa
ai como são lindas as meninas na praça
às vezes gosto, às vezes passa
não sei do mundo,
não mando na massa
quisera o rumo ter escolhido
quisera quereres embaixo do muro
passa mundo, passa massa
passa fácil e chega fundo
ou não passa
no quarto é fundo, na praça é rasa
no raso não me afundo
o mundo e suas boas praças

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Depois de errante

sou breves espaços de lucidez
sou alma em corpo nu
homem que escreve agora
passado sem
eis que no meio de tantos outros
eu sou o
ossos, carne em pele relutando por um
flúor que embalsame os olhos que enxergam
egos que me tapam o coração, pedaços de Deus
caminhos que se encurtam, flor sem peso
desse amor que não se mata nem morre
de paciência que espere, de pressa que agoure
lágrima dele pelos seus.

sábado, 17 de setembro de 2011

Pauta

Alunos desinteressados contam com forte aliado: a tecnologia


A ideia da reportagem é mostrar como cresceu o número de crianças e jovens conectados a internet. Como se aponta como grande aliado no ensino, em atingir maior rapidez e maior aproximação com os acontecimentos. Daí como os aparelhos conectados deixaram de ser trambolhos enormes para cada vez mais portátil. Estes serão os personagens desta estória que mostrará os alunos desinteressados: como mudaram suas formas de escapar da escola e quais são suas escolhas hoje em dia para quando matam aula.
Acompanhando a deixa do fim da obrigatoriedade do fim da escrita cursiva nos Estados Unidos e certa perda de prioridade no Brasil de acordo com pesquisa focada em educadores(PUC-SP), que denota menor insistência por parte destes professores com alunos que têm dificuldade crônica em caligrafia. Daí desembocaria em toda conseqüência de não se ter um ensino bem embasado em escrever à mão e as conseqüências (deficiências cognitivas) de não passar pela fase de aprender e desenhar cada letra, saber quais sons e fonemas dão se uma emendada à outra.
Mostrar quando o projeto UCA começou, de onde a ideia partiu, como ele funciona, quais localidades serão beneficiadas e quais foram seus critérios de escolha. Daí daria o exemplo da Coreia do Sul que investe na educação através da tecnologia e faria um comparativo com o Brasil, que prefere fazer uso do dinheiro para construir presídios. Daria as porcentagens e colocações dos países no ranking mundial de educação.
Outro fator importante é mostrar o corpo docente das escolas, se estão preparados a não só manusear como guiar seus alunos. Aí entrariam os professores: se eles têm condições para usar a máquina como instrumento para dar aula; se não, como o governo deve ajudar com cursos de capacitação a fim de torná-los aptos a guiar através desse artifício.
Após consultar sociólogo a fim de saber mais sobre essa mudança dos alunos dispersos e atividades para divertimento pessoal e automaticamente burlar o funcionamento das salas de aula; breve passeio em como é a interferência nas universidades. Entrevistar alguém que esteja dentro da estória: pais de criança que faz muito uso de aparelhos eletrônicos e descobrir seu rendimento escolar.


Fontes:
http://www.apropucsp.org.br/apropuc/index.php/reajuste-2005/4326-o-fim-da-letra-cursiva
http://www.anj.org.br/jornaleeducacao/noticias/pesquisa-da-fgv-mostra-causas-da-evasao-escolar-no-pais
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/tecnologia+ajuda+ou+atrapalha+em+sala+de+aula/n1237990826732.html

















~PUTAQUEPARIU! A angústia me consumia na não realização da tarefa, que após terminá-la - minha primeira pauta à vera - seu ponto final teve gosto de ecstasy embaixo da minha língua! Tudo ficou bom.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Oração

Oh pai, dai-nos ração para um mundo em gênese
Oh pai, tirai-nos razão para um mundo sem gênero
Oh pai, fazei-nos o povo do mundo uma nação
Oh pai, assoprai-nos mudo por renegeração.

thankful

Says you gotta live, live, live, live and deal with beings and their natures. Abdicate of nights full of psychoactive substances, people of all kind of energy and tachycardia for good and sincere dog bites. At first I thought about dying because couldnt interact with the world giving my essence, then gave up, because if I received the blessing of a soul inside a body it's cuz I have something to find out and something to do with it. Then thought about leaving to anywhere close to nowhere, a place full of nothing, to restart everything, all my knowledges and beliefs. Any paradisiac beach or river coast close to any lots of green crossed my mind. For sure that would be nice if I was in a movie, I decided to go to a buddhist monastery and spend days meditating and not worrying. After waiting long time for destiny not upcoming in my way I thought about dying the second time. Like João de Santo Cristo that second time in hell made me light up my mind - a litle acid too - but totally possible to be seen without it now. Understanding is the main point for getting better, to recover you have to know what’s up with you, and it’s been some time I know, and even tried to break up with those walls that made me fuckin stuck, but time after time was just getting more and more frustrated, so the walls grows. Changed my music tune and made home my own monastery. Plenty of times when choosing a good radio station for the little female puppy nap, elderly Lionel Richie told me I was easy. Focusing before I get lost between the notes: "Easy like a Sunday morning". I’ll let it out, tomorrow is a Sunday morning. Thanks to the radio, thanks to tomorrow, thanks to radiohead, thanks to Caya, thanks for the Almighty in my head.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Notebooks cada vez mais tomam o lugar dos cadernos

A evolução vem junto de crescimento de escrituras digitadas e a queda de manuscritos. Estudantes cada vez mais aderem à tecnologia e passam a escrever menos com caneta, enquanto isso as teclas ameaçam dominar


Final de período escolar é sempre a mesma coisa. Uma pilha de livros rabiscados, amassados e com orelhas junto de cadernos escritos pela metade. Vão todos para estante, a qual enche de materiais sem uso, que no fim se perdem entre os anos. Agora isso está por mudar. E é o lado bom da escrita cursiva(aquela com as letras emendadas) ter entrado em desobrigatoriedade, como aconteceu em mais de 40 estados americanos. A natureza que tanto sofre pelo enorme número de combustíveis não-renováveis ganhará um inimigo a menos. Em lugar de cadernos, as escolas adotaram computadores portáteis (notebooks ou similares) como o novo jeito de anotar o assunto das disciplinas escolares. No lugar disso, o Departamento de Educação dos Estados Unidos (U.S. Department of Education) diz que eles ganharão tempo que antes se dedicavam à caligrafia, agora para uso de proficiência no teclado, apontado por educadores de lá como mais útil nos dias de hoje.
A psicóloga Lara Pimentel agregou seu conhecimento à grafologia - o estudo dos elementos normais e principalmente patológicos de uma personalidade, feito através da análise da sua escrita. “A escrita à mão é um reflexo de como a pessoa é. Ela identifica aspectos da personalidade que estão no interior do ser, que a impressa não passa.” A mesma ainda relata conseguir identificar egocentrismo apenas através da assinatura:” Se a pessoa assina e circunda as palavras de modo a envolvê-las em círculos, isso dá ideia de estar se fechando num mundo montado para ela.”
O estudante de Jornalismo da Universidade Tiradentes Edson Victor não desaprova a nova lei americana: “A nova medida unirá praticidade e facilidade de organização do conteúdo. Fora que, se aplicado a mim, não seria mais incomodado com perguntas de colegas quando tentam ler sem sucesso o que escrevo”. Brinca ele, que assume escrever bem mais hoje em dia por meio das teclas do que por canetas. Embora seja ecológica e prática, estudos no ramo da neurologia apontam que escrever com lápis ou caneta é uma habilidade muito diferente da digitação. O processo neurológico que começa no cérebro e termina nas mãos, e as transformam em símbolos, exige muito mais da pessoa, acarretam em menor desenvolvimento das capacidades cognitivas (como memorização), das crianças que não passam pela fase de aprendizado da escrita à mão.
Professora da Universidade Tiradentes e mestre em lingüística pela UFRGS, Ester Mambrini afirma ser neutra quanto ao caminho evolutivo que a tecnologia trilhou: “Eu não acho errado. São como as coisas andam. A máquina de escrever num se tornou obsoleta? O que fica disso é o romantismo pela coisa.” A competentíssima com as palavras apenas teme quão incapazes sem auxílio ficarão os que crescerão na época da aposentadoria de profissão dos lápis e caneta e não terão a vivência de quando pequenos a desenhar cada letrinha e aprender que “c” com “e” não se usa cedilha: “É preocupante como ficará o grau de dependência das pessoas pelos sublinhados vermelhos e verdes do Word.” - Programa para escrever da empresa Microsoft que os exibe ao detectar erros de ortografia ou concordância - Ester confessa ainda escrever manuscritos, com sua pessoalidade e intimidades: “Eu tenho o meu diário só para mim, não sinto vontade de publicá-los. Por isso que os guardo em meu criado-mudo” – diz a bem humorada escritora.
Outro fator importante para crianças em formação que farão uso de computador como instrumento didático de aprendizagem é a multi-utilidade do aparelho eletrônico. Como revela o estudante de publicidade e propaganda Igor Cruz: “Quando levo o laptop para sala de aula dificilmente consigo manter a atenção ao que o professor fala. Quase sempre tem algo que me chama atenção em alguma rede social, quando me dou conta já perdi parte da explicação”.
No Brasil há uma mudança por parte das escolas que acompanham a tecnologia. Continua-se a alfabetizar crianças com a letra cursiva, sem previsão para adoção de nova medida, embora o foco agora seja de tornar apto a ler e escrever. Com a nova prioridade, educadores já dizem ser perda de tempo estressar crianças com dificuldade crônica em aprender essa letra - processo ao qual leva tempo - e apontam outras letras mais faceis como a de fôrma como alternativa.
Voltando milhões e milhões de anos atrás aos homens das cavernas e seus registros nas pedras percebemos o enorme grau de fixação que os desenhinhos de forma primária e simbólica tiveram. A antropologia estuda esses diferentes níveis que a grafia marca no tecido a se grafar. Serão os computadores os melhores depósitos para armazenar o dia-a-dia de cada um, com as vitórias e derrotas particulares? Um diário digital não soa muito seguro. E se uma pane acometer tudo ligado à tomada ou rede? Lá se vai a humanidade perder uma era.




~segundo texto jornalístico