segunda-feira, 9 de setembro de 2013

O quieto numa coluna
uma lacuna, uma colina
assim em cada costela
já a vida dividida

Eu cato e enquadro
o osso
a uma fase anônima

A carne dispensa o sumo
a aguadez
pensa a lona

Chove
no meio torto
corpinho
Poema bom é poema peito
Rasgo o feito
[O que que tem?
e o estômago
digere ao ponto
do vômito

quarta-feira, 19 de junho de 2013

nada se faz sem água e fantasia
ainda com desculpa
do piso duro
nade é da noite pro dia

terça-feira, 4 de junho de 2013

computador
maquina
com puta dor
a carne
cigana
sobe, desce
andando
se engana
sobre ter fuga
do mundo

L'infinito

Nunca deixo de ser sutil
daqueles que se arrebatam
e veem no mundo precipício aos pés
e que se acalmam logo
como uma palavra diga.

Nunca deixo o meu fuzil
aqueles que passeiam com sorriso (no rosto
dão bom dia a todo bichinho
e veem no alvo que sigo
não mais que um crivo pra bala.

Nunca deixo de ser um tio
com ideias cabeludas
espírito que pulula
a paz no tiro
que eu firo
a cabeça calva.

Sempre meço o que decido
Eu deixo de ser
questões universais
e me desfaço num francês meio bico

domingo, 7 de abril de 2013

Fundura

Nesse instante fico atento
Estico os olhos céticos na estrada
descarrego urgindo a pálpebra ao vento
Carinho de momento, engatinha à tapa
Em cima até some [o cenho
O monte de cobiça [o cume
Me atiça o ego
cantado no véu da pista
Escondo a mão com medo já vendo
grande animal com forma de lenda
Abro a boca do meu celular
Eu vou gritar!
O pesadelo e a goteira despertante
Onde molha o meu catre sara
Minha vida cercada, minha conta na Suíça
Eu sou muito otimista no meu apartamento
Eu minto da hora, do tempo, da valsa regrada
Assalto a vista
Meto a cara no asfalto quente
Farejo petróleo
Fujo do páthos
Amputo o osso retinto
Nesse instante fico atento
Os meus olhos cavados em poço.

Obliteração

Abandono
Abade dono
de quê?

Da fome, do sono
da calma?

Um bando
seguindo
á míngua.

Na casa sem ônus de bar
que pinga sangue, suor
e abano.

Uma banda
dos joelhos
não chora.

Abandono
de alguém que some.

É só uma
aba de homem.

O outro
vai querer estar
é sentindo
até que ele nem se lembre
quão gostoso era viver.

sexta-feira, 29 de março de 2013

É-que-li-[é]brio

Um pouco de radicalismo pra eu nunca mais dormir na sombra e o sol me queimar toda a pele
Um tanto de niilismo pra eu nunca mais sorrir e assim não mais ficar triste
Uma pitada de superstição pra eu não viver no aleatório faz-me um pouco de rima
Uma coisa toda pra entender o soco do nada
A alma doente com a mente um pouco acima
pra puxar]
O processo pra se tornar uma pessoa menor
Longe do inabalável]
É preciso muita força pra aguentar tanta contradição.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Libido etária

Paro o peito na ponte
a batida na pedra
o ceifo da cabeça
o pior lado.

O alto não é pico
o artista pragueja
insiste, contente
do pulo.

O pé no chão
do outro lado
o primata, pato, porco
pululam.

Ar eu sou [ao longo
paro o vento na parte
jurei que vou voltar
nos liberem...
gente.