a fome ouve longe
come todos os meus destinos
mistura todos os meus sentidos
vou por aqui
é porque nunca saí da pista
como rapina
voa e machuca o céu
vocês todos vão pra lá
todo caminho que passe
vão!vão tomar conta do seu diabo
eu sou o meu
saiam pra lá
não me olhem como um palhaço
são vocês que bebem de bandeija timbrada
armários conservas
com afetos que já foram puros
e hoje batizados em gasolina do hábito
o trajeto
a caminho do açougue
que fica na praça
e as outras casas comerciais
que vendem chaves viciadas
eu prefiro o esquecimento
confundir epitáfios e ossos
do que bater a minha escápula na sua
cuspamos tudo isso no chão
por que temos que fazer uma poça?
vá vá
pisem na pedra
me pulem
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