Até aqui tudo se parece encher. Digita o endereço, faz o login,
carrega, reticências, ampulhetas, palavras mais três pontinhos, saltam coisas,
são sofás, andaimes de bela composição e tudo que porás no papel sem borracha
pela primeira vez. Uma borra sem cha. Putz, vai de novo. Borra de café. Isso.
Tá melhorando, vai jogando. Tudo dentro do meu cu, que perde cérebro e se
alarga do tamanho do pau dos pretos, não não, não vale apagar e você apagou que
eu vi. poxa, sinceridade. Mexes com o que o de grande em mim, me remói e dá
pros psicanalistas, assim não. Tudo bem, lá vai. Lá pro interior mal habitado,
de poucos nativos, falam errado, bebem e se amam, mulheres formosas nunca
sempre, a toquinha na cabeça 6 dias e meio na cabeça pra no resto ter o cabelo
arrumado. Eu lá numa casinha quase igual a deles, umas peças demolição, uma vitrola
antiga, discos, livros -- e amigos? Não não. És solo pra sempre, tá? Tá. Vai
ficando difícil, o estômago aperta, como sorrir?
Próxima linha vai! Caralho de cabelos brancos, a pele e as ancas
virando molengas. Daí tu volta pra linha.
A tristeza de nunca mais ter realidade das palpáveis e alguém pra
escoar junto, morrer uma vida maiúscula sozinho assim como Nietzsche e Bergman.
Caramba, pensar nisso me mata como eu tivesse feito anos e anos no papel, mas
isso tudo não passa de papel, atores fingindo que apalpam a vida quando o corpo
não foi concebido do próprio cu. É porra de ficção. Já percebeu fique são?
Caramba, entes morrendo e eu lá longe, sem vínculos nem com zés da roça que são
gente boa e têm preocupação pra chuchu nascer. Fosse a gente da cidade ia
querer que virasse batatinha, só pra ser gostoso, né? Pula.
Minhas sangue no papel, puta! Sem voltar e reescrever eu vou
terminar metendo o computador no cu e não vou querer que saia mais. Oswald de
Andrade e Martinez babariam na minha. Eu que sei o que fazer da minha comida,
sem nunca me nutrir. Mas voltando, o que pensariam seus priminhos que te
comeram nas noites que a parentada foi dançar lambada? Indecência.
Sem palavrões é puxar a linha como ninguém fosse. Palavrinhas.
Perdeu, só somos nós dois aqui e vi que a porcaria foi quebrada
por um avalanche de palavras que lhe interromperam esta merda. Que desgrama!
Você não sabe brincar. É só ir jogando, mas fazes tudo errado. Fica escolhendo
isso aquilo aquilo lá.
Ahh, vamos vamos. Não não. Você já tá cheio de referência, de
escritores e aporrinhadores e nem sente mais a confusão boa da vida. Ela se
amainou no colinho quente da morte já. Você é um fraco, quando terminar apaga a
luz do computador, eu vou dormir.
Eu me irrito porque também tenho que fechar a porta e porque quem
me obriga não é nenhum de nós dois. É ela que enriquece consultórios de froidz.
Tá foda, desculpa. Mas é que parece que me encaixo tão bem nesse espectro todo
que apesar de desprezar
Ihhh, já vi!!!! Quando vai ficando bom você interrompe, seu
idiota.
Velho, isso me dói demais, sou anormal eu batia punheta pegando
pentelhos da minha mãe no lixeiro e botava mesa pra ver meus pais trepando pela
janela. Vou desligar o pc.
Não não. Tô de pau duro. Mas isso não é certo. Mas quem tá te
dizendo que aqui vais reescrever e não vai morrer, você vai morrrer seu panaca
e ninguém vai botar um ponto, continua que eu vou bater essa e cê desliga vá.
Eu respiro ou ponho onomatopéias de arfada? Tome no cu e fale. Eu já. Sem
levantar a cabeça pra pensar. Eu já pensei em matar o meu pai, que as coisas
ficariam melhores, minha mãe deixaria de ser submissa, eu não seria sempre
incapaz de ganhar dinheiro. Puta é a sua mãe quanto mais eu batendo punheta, se
eu gozar logo você já vai. Já fiz muita coisa, sonhei que sorria simpático pra
meu pai deitar de lado enquanto minha mãe sorria atendente de shopping
norteamericano pra eu colocar meu cacetinho. Ohhh! Acha mesmo que quando eu
morrer ninguém vai colocar um ponto? eu acho que eu sou uma boa pessoa e que
muitos chorarão no meu enterro, enterro não porque vou queimar e pedir pra me
espirrarem nos chorosos. Tá bom, já gozei, vai dormir. Caramba como você
consegue me ofender num momento delicado assim? eu tô falando que porão pontos,
porão vírgulas e que agora numa vírgula você aparece e vai ter de calar no, mas
que porra vai dormir, eu só vou quando terminar de contar tudo que eu quiser da
vida, então vai contando algo cabeludo que eu vou quebrar outra, depois de
quantas você acha que conversa comigo sério sem putaria?, umas 9, ficou preso a
isso?, não mas gosto de gozar antes de dormir, você nunca trabalha?, deixa de
conversa já perdeu a graça tem tempo, sabia que eu sou dos idiotas que não
aguentam ser viado e sonha numa pica rombuda comendo a saroca?, e como é a saroca?,
olhinhos puxados de índia, não diga josé de alencar, a bucetinha é uma delícia
quente que nem forno de lenha, o que mais?, eu nunca fui bom de descrever
pergunte aí, como era a posição predileta da saroca?, ela por cima de frente
pra mim dizia que eu tinha a pica mais galante do mundo,