segunda-feira, 9 de julho de 2012

Ode ao lento

Temp(l)o

preso e solto por onde vai
espesso eco de onde vem
leito inquieto depois do além
sigo o certo devagar
miro o aberto que passe aqui
estreito e perto
caminho resvalado

vejo só falto descobrir
força atrás do surdo ôco
dum ouvido tuberculoso
me esguio pelo há de vir

seja prazer engraçado
atenha um pouco
eu tenho tempo
um dia, outro
é ter passado
e esquecer

feito vivo não afoito
canta um tanto quando moço
cumpre a parte do tratado
mesmo com os olhos em poço
só o sol vou molhar




Brisa e granizo

O tempo é lento como
o vento forte como
o intento frágil como
o prato quente
que me encho de frieza.

com o passar invento
longe o meu quarto dorme
onde eu estou a maior parte
extenuante
eu sento
onde faço, ora crescer dos meus devaneios
sou sentinela e um monte
escondido, onde ainda vivo num mundo
de valor
corrompido e ciente disso
desistente do cinismo
incompetente fora do meu
onde